Impor ou expor?
Há muito tempo despachei
a ideia de querer impor meus conceitos para aqueles com que tive a honra de
conhecer na trajetória profissional, acho mesmo que nunca tive essa pretensão.
Querer impor é uma bobagem, uma necessidade infantil de autoafirmação e que não
faz o menor sentido no ambiente profissional.
Existe uma diferença
fundamental entre impor e expor. A imposição é uma violência que se pretende
impingir a alguém, um “bullying”, um atentado à inteligência alheia, uma
desconsideração e descortesia egoísta que promove o mal-estar, a humilhação, um
clima ideal para o confronto.
Já exposição, é
apresentar pontos de vista, visões, experiências, com o sentido de
desenvolvimento, interação, integração, elevação de um conteúdo à dimensão de
um evento promotor e gerador de novas atitudes, opiniões e inovações. Algo semelhante
a fornecer combustível para permitir percorrer distâncias maiores entre o que é
e o que poderá ser, um clima propício ao desenvolvimento.
Quando falo aos jovens,
principalmente, nas palestras motivacionais sobre empregabilidade, gosto de
gerar a reflexão. Penso não existir nenhum elemento mais motivador do que a
crença em si mesmo. Procuro demonstrar algo que muitos buscam,
desenfreadamente, encontrar em outras pessoas, quando, na verdade, a busca
cessa em seus próprios interiores e tem luz própria.
Ninguém motiva ninguém,
somente o interesse pessoal deflagra essa energia iluminadora chamada
motivação. E, interessante, é que se motiva quem se compromete, ou seja,
assume o compromisso de zelar por interesses seus ou de terceiros, como
empreendedor ou colaborador em alguma empresa. Fora isso, o caos se estabelece
e a cultura do tédio e da depressão se aproxima.
Portanto, nem querer
impor, nem querer ser vítima de si mesmo. O que vale são as competências que
permitem fugir desses estigmas e oferecem respostas imediatas às tentativas de
desestabilização. Aí sim, a personalidade vencedora se forma, se consolida e se
distancia da possibilidade depressiva, abrindo espaço para a realização pessoal
ou profissional.
Quando alguém tentar lhe
impor, goela abaixo, algo que não condiz com suas crenças, com sua essência,
com sua ética, aprenda a questionar para não se submeter ao estresse
desnecessário. Não tenha vergonha de dizer: “qual seu interesse com isso, o que
vai melhorar, o que trará como consequência?”. Não tenha medo! O medo não é
mais intenso do que a submissão àquilo que você não acredita.
Lute pela coerência, não
importa o quanto custe. Sempre custará mais caro perder sua paz, perder seu
entusiasmo, perder sua vida ou deixá-la na mão dos outros. Não venda, nunca,
sua alma para o diabo, você é que passará a ser dona ou dono do inferno!
Avalie isso, antes de chutar o balde e percorrer o mesmo caminho de muitas marias, aquelas que sempre vão com as outras e não conseguem dar direção e sentido verdadeiros para suas existências.
Texto do livro "Pensar para sair do lugar - crescimento pessoal e profissional"