quarta-feira, 24 de maio de 2023

Captar a essência

 


É preciso identificar os propósitos. Entender quando se trata da luta pelo poder ou luta por melhorias; se estão vinculados ao brilho dos holofotes ou à claridade das missões.

A complexidade é gigantesca, envolve análise de atitudes, das ações, do empenho com a transparência e nenhum teste é capaz de precisar sua identificação; quando muito, apontam caminhos.

Essa insegurança acompanha a dificuldade das escolhas. Pinçar alguém que, ao final do percurso, não desaponte, potencialize o resultado do processo e traga alívio às necessidades dos gestores, é colocar em prova a tensão própria das grandes competições, onde só uma pessoa ocupará o pódio.

Aí reside a grande questão da importância de se ter em quadros de recursos humanos, pessoas habilitadas no conhecimento de gente, que goste de gente, que conviva com gente, com formação apropriada e histórico que lhes dê o respaldo para enxergar o que nem sempre é visível aos olhos.

Não é garantia de acertos, mas garantia de evitar desastres fenomenais, em decisões sensíveis, principalmente, quando se trata de apresentar ao público interno e externo (gente), a quem será delegada a representatividade de toda a estrutura empresarial.

Talvez um tópico a ser considerado é lembrar que embora tenha poder, ganhe as melhores remunerações, tenha acesso às informações mais importantes, uma liderança de respeito, não despreza tudo isso, mas tem consciência de que colecionar um cabedal de bens não é imprescindível; conquistar pessoas, aí reside a essência de seu propósito.


quarta-feira, 10 de maio de 2023

Comida caipira


Percebo a dificuldade da escolha pelo prato necessário. Aquele que alimenta, nutre, revigora, sustenta e oferece energia à empresa. Alguns empresários sofisticam suas refeições, gostam de pratos elaborados, bonitos, enfeitados, servidos em porcelanas e, de preferência, acompanhados de bebidas caras, oferecidas em cristais finos. Não se preocupam com os custos e nem com o número de calorias a ingerir, importa o impacto que causam.

Outros preferem refeições calóricas, como uma feijoada regada a cerveja. Não dão bola para o tipo do prato, desde que seja fundo, o suficiente, para suportar o maior número possível de ingredientes. O copo, tipo americano, é bem-vindo. Não estão nem aí com as consequências das calorias, desde que os custos não sejam tão elevados.

Há, ainda, os que são mais econômicos, adeptos do churrasco, com muita gordura e carne mal passada. Não dispensam a cerveja, nem um pagode animado ou um sertanejo para embalar a reunião. A preocupação com o colesterol, triglicérides, passam à margem, o importante é o bom papo, o espeto, pão, molho, vinagrete e a diversão.

Os primeiros contratam grandes companhias, nomes famosos, papas das matérias noticiadas pela mídia. Normalmente, se dão bem, escorados pelo aspecto   psicológico, do impacto que causam essas ações junto aos executivos, que admiram o desempenho dessa elite, os resultados são positivos. Não é para tudo, nem para todos. Muitos, após enxugar os orçamentos de suas áreas computam um resultado pífio, lembrando aquelas pequenas porções, com tão poucas calorias, que acabam por desnutrir (efeito contrário) o organismo da empresa.

Os segundos pagam bem, e vão contratando. Qualquer coisa, mesmo a que poderia ter solução internamente, faz os olhos se voltarem para o mercado e as contratações se multiplicam. O problema são as calorias em excesso ou os ingredientes menos consumidos, rabo de porco, pé de porco, orelha de porco, que se agigantam ao final do expediente. No frigir dos ovos, qual foi mesmo o resultado de tantas incursões?

Já os terceiros, gastam menos, mas não escolhem com critérios. Precisam resolver determinados problemas, não gostam de consultores, mas acreditam que resolvam aquela “parada”. Assim, todo mundo fica feliz, porém, a gordura acumulada por cada uma das ações sem sincronismo ou sinergia, vai debilitando o organismo. Os resultados não são mensurados, na realidade não querem ser, porque no fundo há consciência da inutilidade, mas as canções eram bonitas.

Ora, qualquer ação precisa ser implementada para gerar uma consequência positiva. Nem sempre isso ocorre, mas critérios cuidadosos maximizam os êxitos. Nem todos os ingredientes têm os mesmos efeitos para todos os consumidores. Cada corpo necessita de determinadas substâncias para manter seu equilíbrio e é atrás delas que a linha de frente deve estar ocupada, atenta, avaliando clinicamente, se os pratos servidos consolidam tendências de melhorias na performance.

Conforme a dimensão do problema a receita caipira, que meu pai nos passou na infância, pode gerar excelentes resultados. Um ovo, farinha de milho e açúcar. Bate-se a clara, mistura-se a gema, o açúcar e, finalmente, a farinha de milho. Simples, nutritivo, poderosa fonte de energia que precisa ser gasta, gasta com ações inovadoras, de preferência.

É sempre melhor assim, optar pela simplicidade ao trazer os ingredientes de fora. Eles precisam ser consistentes, potentes, geradores de muita força. A única sofisticação a ser cobrada é o resultado positivo da investida, aí as contratações se justificam.

Trecho do livro "Pensar para sair do lugar - Crescimento pessoal e profissional"

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Grandeza em liderança

 

O mesmo que acontece na vida social deve, e pode, ser espelhado no âmbito profissional.

Ninguém suporta, ao sentir o sabor traiçoeiro de um alimento estragado, digeri-lo, simplesmente por educação.

Em momentos de tristeza, aflições, ouvir palavras inconvenientes só aprofundam o mal estar do momento.

Qual o valor de um sorriso fora de contexto além de representar sarcasmo, provocativo, tanto quanto um insulto?

Ocorre o mesmo quando as oportunidades se multiplicam, de ser agradável com aquelas pessoas que você tem simpatia, boa convivência, e elas são sabotadas.

É o mesmo que participar do velório de alguém estimado, consternação chorosa, sem nunca ter, em vida, compartilhado da alegria, dos festejos, dos convites pela presença, daquele que não mais respira. Inútil e até frustrante. Ainda bem que defunto não levanta do caixão.

 O bom petisco é aquele que ao ser ingerido não provoca náuseas ou peso no estômago. Seja um deles!

A boa palavra é aquela que conforta nos momentos trágicos das derrotas, das perdas irreparáveis. Seja uma delas.

O bom sorriso é o presente em comemorações, em reconhecimentos, aquele que anima. Seja um deles.

Participar, com entusiasmo, vibrar com as conquistas alheias, oferecer a presença nos bons e maus momentos, de vitórias e derrotas, é ter em si o poder da coerência.

O mesmo poder que emana das grandes lideranças.