Percebo a
dificuldade da escolha pelo prato necessário. Aquele que alimenta, nutre,
revigora, sustenta e oferece energia à empresa. Alguns empresários sofisticam suas
refeições, gostam de pratos elaborados, bonitos, enfeitados, servidos em porcelanas
e, de preferência, acompanhados de bebidas caras, oferecidas em cristais finos.
Não se preocupam com os custos e nem com o número de calorias a ingerir, importa
o impacto que causam.
Outros preferem
refeições calóricas, como uma feijoada regada a cerveja. Não dão bola para o
tipo do prato, desde que seja fundo, o suficiente, para suportar o maior número
possível de ingredientes. O copo, tipo americano, é bem-vindo. Não estão nem aí
com as consequências das calorias, desde que os custos não sejam tão elevados.
Há, ainda, os que
são mais econômicos, adeptos do churrasco, com muita gordura e carne mal
passada. Não dispensam a cerveja, nem um pagode animado ou um sertanejo para
embalar a reunião. A preocupação com o colesterol, triglicérides, passam à
margem, o importante é o bom papo, o espeto, pão, molho, vinagrete e a
diversão.
Os primeiros
contratam grandes companhias, nomes famosos, papas das matérias noticiadas pela
mídia. Normalmente, se dão bem, escorados pelo aspecto psicológico, do impacto que causam essas
ações junto aos executivos, que admiram o desempenho dessa elite, os resultados
são positivos. Não é para tudo, nem para todos. Muitos, após enxugar os
orçamentos de suas áreas computam um resultado pífio, lembrando aquelas
pequenas porções, com tão poucas calorias, que acabam por desnutrir (efeito
contrário) o organismo da empresa.
Os segundos pagam
bem, e vão contratando. Qualquer coisa, mesmo a que poderia ter solução
internamente, faz os olhos se voltarem para o mercado e as contratações se
multiplicam. O problema são as calorias em excesso ou os ingredientes menos
consumidos, rabo de porco, pé de porco, orelha de porco, que se agigantam ao
final do expediente. No frigir dos ovos, qual foi mesmo o resultado de tantas
incursões?
Já os terceiros,
gastam menos, mas não escolhem com critérios. Precisam resolver determinados
problemas, não gostam de consultores, mas acreditam que resolvam aquela
“parada”. Assim, todo mundo fica feliz, porém, a gordura acumulada por cada uma
das ações sem sincronismo ou sinergia, vai debilitando o organismo. Os
resultados não são mensurados, na realidade não querem ser, porque no fundo há
consciência da inutilidade, mas as canções eram bonitas.
Ora, qualquer
ação precisa ser implementada para gerar uma consequência positiva. Nem sempre
isso ocorre, mas critérios cuidadosos maximizam os êxitos. Nem todos os
ingredientes têm os mesmos efeitos para todos os consumidores. Cada corpo
necessita de determinadas substâncias para manter seu equilíbrio e é atrás
delas que a linha de frente deve estar ocupada, atenta, avaliando clinicamente,
se os pratos servidos consolidam tendências de melhorias na performance.
Conforme a
dimensão do problema a receita caipira, que meu pai nos passou na infância,
pode gerar excelentes resultados. Um ovo, farinha de milho e açúcar. Bate-se a
clara, mistura-se a gema, o açúcar e, finalmente, a farinha de milho. Simples,
nutritivo, poderosa fonte de energia que precisa ser gasta, gasta com ações inovadoras,
de preferência.
É sempre melhor
assim, optar pela simplicidade ao trazer os ingredientes de fora. Eles precisam
ser consistentes, potentes, geradores de muita força. A única sofisticação a
ser cobrada é o resultado positivo da investida, aí as contratações se
justificam.
Trecho do livro "Pensar para sair do lugar - Crescimento pessoal e profissional"