Entre a cruz e a espada,
entre o desejo e a razão, entre a realização e a ética, entre o poder e a
decência, como encontrar o limite das ações nessa tênue linha divisória?
Muitos dirão: os fins
justificam os meios, o poder é inebriante, mais vale um pássaro na mão do que
dois voando, tempo é dinheiro e ele traz felicidade, os inimigos espreitam,
não dê chances para suas investidas, destrua-os antes, “status” e riqueza são
como mel para a sociedade, doces e saborosos...
Há razões para o embalo,
a canção é suave para os ouvidos, toca a alma: poder, riqueza, reconhecimento,
distinção, amigos importantes, apoio dos superiores, estabilidade, certezas!
Tem em um problema,
porém! Num fugaz instante, a possibilidade de inversão na posição das duas
primeiras letras e a alma, repentinamente, torna-se lama, pegajosa, densa,
escorregadia, suja, instável, um sufoco que leva do delírio eufórico a
constatação de inutilidade, num passe da realidade!
Qual é, definitivamente,
o legado, como pessoa e profissional, que se pretende deixar registrado nesta
curta passagem pela vida?
Pense nisto, algo que
escutei neste início de semana: esvazie-se do velho, carcomido, ineficaz,
egoísta. Persiga novos ideais, acalente novos sonhos, evolua como ser humano,
livre, comprometido com a verdadeira realização, onde o sucesso é ser feliz e a
maior conquista é amar e ser amado.
Poder, dinheiro, fama,
estarão presentes nessa trajetória, como coadjuvantes, resultados de atitudes
justas, honestas, coerentes e de valores que dignificam a própria vida e a vida de muitos outros! Esse é o novo
caminho, quem pretende segui-lo?
Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"