terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Impor ou Expor

 

Impor ou expor?

Há muito tempo despachei a ideia de querer impor meus conceitos para aque­les com que tive a honra de conhecer na trajetória profissional, acho mesmo que nunca tive essa pretensão. Querer impor é uma bobagem, uma necessidade infantil de autoafirmação e que não faz o menor sentido no ambiente profissional.

Existe uma diferença fundamental entre impor e expor. A imposição é uma violência que se pretende impingir a alguém, um “bullying”, um atentado à inteli­gência alheia, uma desconsideração e descortesia egoísta que promove o mal-estar, a humilhação, um clima ideal para o confronto.

Já exposição, é apresentar pontos de vista, visões, experiências, com o sentido de desenvolvimento, interação, integração, elevação de um conteúdo à dimensão de um evento promotor e gerador de novas atitudes, opiniões e inovações. Algo se­melhante a fornecer combustível para permitir percorrer distâncias maiores entre o que é e o que poderá ser, um clima propício ao desenvolvimento.

Quando falo aos jovens, principalmente, nas palestras motivacionais sobre em­pregabilidade, gosto de gerar a reflexão. Penso não existir nenhum elemento mais motivador do que a crença em si mesmo. Procuro demonstrar algo que muitos buscam, desenfreadamente, encontrar em outras pessoas, quando, na verdade, a busca cessa em seus próprios interiores e tem luz própria.

Ninguém motiva ninguém, somente o interesse pessoal deflagra essa energia iluminadora chamada motivação. E, interessante, é que se motiva quem se com­promete, ou seja, assume o compromisso de zelar por interesses seus ou de tercei­ros, como empreendedor ou colaborador em alguma empresa. Fora isso, o caos se estabelece e a cultura do tédio e da depressão se aproxima.

Portanto, nem querer impor, nem querer ser vítima de si mesmo. O que vale são as competências que permitem fugir desses estigmas e oferecem respostas imediatas às tentativas de desestabilização. Aí sim, a personalidade vencedora se forma, se consolida e se distancia da possibilidade depressiva, abrindo espaço para a realização pessoal ou profissional.

Quando alguém tentar lhe impor, goela abaixo, algo que não condiz com suas crenças, com sua essência, com sua ética, aprenda a questionar para não se subme­ter ao estresse desnecessário. Não tenha vergonha de dizer: “qual seu interesse com isso, o que vai melhorar, o que trará como consequência?”. Não tenha medo! O medo não é mais intenso do que a submissão àquilo que você não acredita.

Lute pela coerência, não importa o quanto custe. Sempre custará mais caro perder sua paz, perder seu entusiasmo, perder sua vida ou deixá-la na mão dos outros. Não venda, nunca, sua alma para o diabo, você é que passará a ser dona ou dono do inferno!

Avalie isso, antes de chutar o balde e percorrer o mesmo caminho de muitas marias, aquelas que sempre vão com as outras e não conseguem dar direção e sen­tido verdadeiros para suas existências.

Texto do livro "Pensar para sair do lugar - crescimento pessoal e profissional"

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