Aconselho lideranças a avaliarem sobre a possibilidade de
enfrentar os eventos sérios, que tanto podem causar prejuízos pessoais como às
empresas onde exercem os seus papéis, com a reflexão sobre abismos.
Imagine o esforço para se chegar ao topo de uma elevação
geológica, e quando atinge seu pico, ao inclinar-se para admirar a paisagem, um
escorregão faz o chão aproximar-se cada vez em maior velocidade.
O corpo levado pela lei gravitacional, sentirá o impacto da
descida acelerada e, na remota possibilidade de ainda chegar com vida em sua
base, entenderá o significado de estar em frangalhos.
Péssima opção!
Montanhas elevadas, abismos, são as crises instaladas, ou
problemas a ser enfrentados. Tensão no ar, riscos evidentes, vento que sopra forte,
possibilidade de desestabilização. Você nas alturas e o voo não tem asas para lhe
dar sustentação. Final sempre dolorido.
Mas todos os abismos são iguais? Quem sabe optar por uma
plataforma de lançamento menos dolorida? É possível estar no pico de uma
montanha e mergulhar restringindo as hecatombes?
Experimente subir no pico de uma enorme montanha, com um pequeno
cume, cercado de água marítima e imagina o mesmo escorregão. Pode até ocorrer algumas
“raladas”, mas o impacto será absorvido pela natureza líquida, que amparará o
corpo que cai.
O terreno inóspito estará presente, mas o ambiente permitirá
apreciar a descida em baixa velocidade, observar e desviar de possíveis
obstáculos, apreciar a vida aquática enquanto a respiração não exige o retorno
imediato à superfície e, ao contrário da maçã de Newton, agradecer o efeito da
densidade que lhe impulsionará para cima.
O tempo em que, na terra seca, seria dispendido em atos reflexos
de proteção e tentativa de manter a esperança de vida, no oceano se tornaria um
mergulho de pouca profundidade, nada que a competência de saber nadar, não
solucionasse em algumas braçadas.
Quando o abismo criar sensações de vertigens, enfrente a dificuldade,
mas escolha o abismo certo para estar, caso tenha a presença do inesperado. Despencar,
com a queda amenizada e possibilidade de preservação da vida, é um excelente
motivador para a decisão mais assertiva.
Aprenda a nadar, tenha mais tempo para encontrar as soluções com a
certeza de que você jamais enfrentará o desgosto de se esborrachar na base do
abismo, aliás, nem chegará a conhecê-la.