quarta-feira, 19 de abril de 2023

Só é forte quem tem coragem!

 


Cobrança vem de todos os lados: “você tem que ser o melhor”, “é preciso vencer todas as batalhas”, “tem que ser bem sucedido”, “está fora do peso”, “conquiste o emprego dos sonhos”, “faça muitas viagens”, “vença seus temores”, “não dê chances para o inimigo”...

Inúmeras, algumas assertivas outras destrutivas!

Convém lembrar que na origem existe uma memória sem qualquer informação, preparada para assimilar, aprender, romper barreiras, aceitar novidades, entender, classificar, selecionar diante de tantas opções e diversidades, aquelas que fazem sentido para o interior, em processo de crescimento.

Algo límpido, sem vícios, que inicia a evolução, pouco a pouco, mas de maneira definitiva, constante, eletrizante, alimentada por dados das mais variadas fontes, das mais lógicas às improváveis origens, carregam sonhos, pesadelos, êxtases.

Não há controle! Em progressão geométrica o espaço vazio acumula conhecimento, discernimento, atitudes, experiências, decepções, não para nunca, segue em frente, independente das forças contrárias, nada lhe detém, segue assim até o suspiro derradeiro.

Como enfrentar recomeços, críticas, responsabilidades?

Simples: viva a sua vida!

Os que tagarelam a seu respeito tem a finalidade de preencher espaços que não formam seu território, nem sua identidade. São pessoas que contaminam o próprio cérebro, promovem o que deprecia, invertem valores, deixam de ser elas mesmas, daí a necessidade da acidez nos comentários.

Filtrar e acolher o que interessa é a liberdade mais efetiva de escolha. Ter a coragem de assumir tal postura é muito mais do que atitude vencedora, é o básico para aceitar a si mesmo, fortalecer suas convicções e dar à experiência do conhecimento a merecida acolhida no interior de seus pensamentos.

Um passo para a felicidade!


quarta-feira, 12 de abril de 2023

Quem ganha na traição?

 


 “Até tu, Brutus!” teria dito César para o filho que o atingia com a lâmina da espada. Isso, porque Brutus era sobrinho e filho adotado. Sessenta participaram da ação, mas a história registrou essa exclamação como máxima da traição.

Ser traído de modo algum é o melhor acontecimento, mas desde que a humanidade caminha, trair parece uma marca poderosa desse longo roteiro.

Interessante é que a figura de destaque, pelo menos na História, sempre lembrada por seus feitos, excluindo a passagem onde se apresenta com o ato de traição, não é ninguém que se dê maior relevância.

Júlio César, Jesus, Tiradentes, Napoleão, alguns exemplos de notáveis traídos. A traição, em síntese, é provocada pela eterna admiração ao traído, a impossibilidade de semelhança a ele e a vontade de romper com aquilo que induz à ressentimentos.

Em patamares menores, as empresas são “recheadas de traições, sutis ou descaradas”. As pessoas envolvidas ponderam que traição é só a obra de promover a queda de um líder, de um colega ou de uma corporação. Negativo! Traição é o desejo profundo de igualdade ao outro, de ter o que o outro tem, de desdenhar a coisa alheia.

E acontece de variadas formas condenáveis, através de: “corpo mole”, fofoca, falta injustificável, não reconhecimento de qualidade alheia, comportamento arrogante, incitação desnecessária, conflito desprovido de causa, ausência de participação e tantos motivos menores, cuja finalidade é, continuamente, um alvo escolhido.

Com o mesmo desprezo dado pela História: “Ao traidor, as batatas”. Dia mais, dia menos, desmascarado, o traidor carregará o fardo insuportável da mesquinhez sórdida dos velhacos. Quase uma sombra que assombrou, agora, sem o brilho do holofote, ele peregrina, arrastando sua inutilidade.

Ao traído, o tempo da assimilação e só! Parte para outra, continua a acreditar, redobra os cuidados, absorve os impactos, sabe que a traição vem de almas pequeninas que necessitam de pena, porque é da compaixão que sobrevivem.

Há sempre almas interessantes para compartilhar com a sua; inútil perder tempo com as demais. Agradeça por elas!

Texto do livro "Pensar para sair do lugar - As vertentes da vida"





quarta-feira, 5 de abril de 2023

Colher invertida

 


Quando algo não vai bem ou não sai como gostaríamos que saísse, a sensação é do estopim em chamas que, rapidamente, encurta a distância que o separa do ponto de explosão. Isso se assemelha àqueles desenhos animados, quando o personagem pretende chamuscar seu inimigo e acaba sendo, ele mesmo, chamuscado.

A amargura, condensada naquele aperto do peito, parece infinita. Exala, pelos poros do corpo, o indelicado e grosseiro perfume do fracasso, um sentido de desamparo, de solidão, sem precedentes, que deixam feridas abertas, de difícil cicatrização.

A vítima costuma tomar doses de xarope, utilizando a face invertida da colher. Ainda que o conteúdo seja, inteiramente, despejado sobre ela, a cura deixará de acontecer; a colher não retém o necessário para iniciá-la.

Interessante notar que os dois lados são abaulados; contudo, só um cumpre sua missão.

É assim também com os supostos fracassos: indisponibiliza que a experiência, por ser amarga, proporcione a porção necessária ao nosso interior, alimentando os fatores de aprendizagem, auxiliando na reflexão do ocorrido, desenvolvendo mecanismos capazes de evitar a repetição do idêntico erro no futuro.

Há certa conivência, pelo medo dos dissabores, em voltar à face externa da colher, imediatamente, quando a insatisfação toma o lugar da coragem.

Deixa uma enorme lacuna, a ausência da atitude correta, na busca do triunfo. É percurso seguro para prolongar o pesadelo, permitir que o desagradável perdure além do tempo que deveria ficar disponível.

Assume o compromisso de digerir o necessário, em quaisquer circunstâncias, inclusive naquelas que retratem péssimos momentos.

Retirar dos tropeços a capacidade da cura é, talvez, a melhor oportunidade que a vida está presenteando para que você abra os olhos, conquiste seu espaço, atinja seus objetivos e torne-se uma pessoa melhor, menos rígida e mais feliz.