domingo, 31 de maio de 2020

Brindar e blindar



Há pessoas que brindam a vida, outras que a blindam! Em qual situação, neste momento, você se encontra?
Pergunta simples, para ajudar na identificação. Como está seu bom humor?
Normalmente, as blindadas colocam o sorriso no rosto para qualquer acontecimento, como se não acontecessem. Já as brindadas reagem a cada manifestação que lhes atingem, alternando a intensidade, reagindo diferentemente, com toda sinceridade.
Viver é uma conquista da razão e emoção. A batalha se trava no campo árduo da existência, entre golpes, contragolpes, as maiores vitórias acabam sempre como reflexos do equilíbrio, generosidade e perseverança.
Pode acontecer de se estar por baixo, por cima, de lado ou atrás. Não importa o momento, importa o que é feito dele e quais atitudes devem ser tomadas para que se esteja, exatamente, onde se deseja estar.
Como é isso em sua cabeça? Já teve a sensação de impotência martelando seus miolos, tentando lhe tirar do sério, esvaziando sua alegria, distanciando seus sonhos?
Se isso durou mais do que o necessário você blindou sua vida, se fechou pelo temor do desgaste, não permite compartilhá-la de maneira leve, tranquila, perdeu a alegria e o semblante virou carranca.
Se a brindou, o peso foi se esvaindo sob o olhar da solução, compreende que coisas ruins, inesperadamente, acontecem e da mesma forma podem ser despachadas.
A duração de cada fase não resiste à vontade! É a sua vontade que liberta ou aprisiona. Resistir é essência da superação!

domingo, 24 de maio de 2020

Em tempo de pandemia...



Em tempo de pandemia...
Em meio a reclusão imposta pelo vírus, o objetivo da live era destacar a oportunidade que surgiu, com o isolamento social, para focar no autoconhecimento.
Como seria interessante promover a inteligência emocional, cuidar da saúde mental, cultivar a empatia, manter relacionamentos sadios, num momento atípico, completamente inesperado, através da ampliação do conhecimento de si mesmo(a)!
Embora a abordagem trouxesse o momento atual como pertinente, ocorreu uma discordância mental que me deixou, rapidamente, encafifado.
Como poderia a pandemia favorecer a busca pelo autoconhecimento?
Difícil conceber que num ambiente inóspito, obrigatório, confuso, crítico, houvesse facilidade para privilegiar a introspecção.
Quem se preocupou com o tema antes da paranoia, com certeza, colheu bons frutos; quem não se preocupou, salvo raríssimas exceções, em meio ao caos instalado não desenvolveria tal habilidade.
Acredito que a quarentena levou ao reconhecimento do outro, para compreendê-lo, valorizá-lo ou, ao contrário, à uma realidade desestabilizadora, geradora de mais afastamento e intolerância.
O vínculo sadio, benéfico, libertador do autoconhecimento, necessário ao equilíbrio, controle, compreensão, em diversas circunstâncias, mesmo as mais dramáticas, passa a ser figurante no contexto atual.
Em meio à pandemia, foi dada a chance de conviver com as diferenças, observar comportamentos desconhecidos, admirar esforços, reconhecer a importância do outro, inovar em soluções minimizadoras de conflitos.
Se o autoconhecimento já estivesse presente, seria espetacular no apoio ao enfrentamento dessa experiência tenebrosa. Os relacionamentos dele se beneficiariam, o período de confinamento teria maior compreensão, as trocas de experiências, o novo, trariam reações positivas de acolhimento e o confinamento perderia sua força de prisão.
Quando tudo isso acabar, abrace com energia a necessidade do autoconhecimento. Após o malfadado período, se a empatia falou mais alto, você ficou muito perto de livrar-se das barreiras que lhe impediam de acessá-lo.
Só não deixe que a massificação da informação, que insiste em criar uma nova realidade, depois do susto, infecte seu cérebro. A realidade do ser humano é a socialização não o afastamento, adaptação às novas realidades, não a extinção do que nos faz humanos.
O medo do outro está longe de nossa essência e necessitamos do convívio, das reuniões, dos apertos de mãos, dos abraços, dos carinhos, dos beijos para ser o que de fato somos.
O resgate dessa realidade representa o resgate de nós mesmos. Vamos vencer o vírus, mas não podemos permitir que seus efeitos perdurem além da sua cura!

domingo, 17 de maio de 2020

Máscaras


Era medo: bandidos, ladrões, assaltantes...
Agora, proteção, segurança!
O mal espreita sem ser espreitado, invisível.
Sem crença, idade, cor ou sexo, igualdade afinal,
Mas diferença emblemática,
Simplesmente mata, sem punição!

E os que trazem alimentos, são mais fortes?
Os que cuidam, menos importantes?
Os desprovidos de riquezas, desconsiderados?
O mal deles desvia, não lhes dá a devida importância?
Recolhidos, cercados, apavorados, um único apelo:
Fique em casa, enquanto o inimigo ataca!

Essa é a sina, malfadada covardia ou salvação?
Duas humanidades, a de direitos, a de deveres.
Em que grupo você se encaixa?
No da submissão às notícias insanas,
Ou da compreensão sobre as dificuldades,
Das razões que causam desesperos, além das suas?

Pensamento distinto, gera revolta, agride o ego!
O poder oculto do egoísmo disfarçado de caridade!
Nunca desejei, como agora, que as máscaras caíssem,
E sorrisos surgissem espontâneos, entre dentes brancos,
Lábios vermelhos, narizes livres, de gente que pensa,
Sem esquecer que outros pensam também!
     ALP
                                                                                      17/05/2020

domingo, 10 de maio de 2020

De A a Z!



Muitos acreditam que esperança tem apenas o sentido de esperar. Serei mordaz, isso é tão verdadeiro quanto acreditar que sem tirar o traseiro do sofá, irá conquistar seus desejos.
Seja sagaz, esperança é peregrinar, caminhar em direção a algo superior, na busca de sua própria essência, de seu próprio bem. Essa é a razão da esperança como virtude e jornada para a salvação.
Gostei de uma definição perspicaz sobre o pecado, “virada da criatura para o nada”. Isso é tenebroso, pois ao abandonar a peregrinação o nada toma posse e deixam de existir as razões que sustentam a caminhada.
Existem dois tipos de juventude, a natural e a sobrenatural. Diferença loquaz entre as duas? Apenas o tempo. A primeira se instala em nosso tempo, a segunda na inexistência do tempo. A primeira inacessível à velhice, a segunda, indestrutível, mesmo aos mais velhos.
Quantos idosos continuam jovens, renovados a cada dia? E quantos jovens carregam o voraz peso do inconformismo. Já reparou? Exatamente aqueles que prosseguem na peregrinação ou dela desistiram.
Tudo é fugaz, menos a essência de cada um de nossos propósitos. Enquanto ancorarmos nossas expectativas fora deles, em momento algum nos será dada a passagem para a plena realização.
Compreenda a esperança como acesso capaz de levar ao bem, à revelação. Nesse contexto trabalhe seus propósitos. Não menospreze a sua importância, dimensão e alcance. Realmente, busque na plenitude de ser, algo que justifique cada vitória alcançada.
Não desanime, enfrente os medos, temores, obstáculos, com vivaz interesse na superação, com o foco nos objetivos traçados, sem perder a convicção de que tudo é valioso.
Enquanto a experiência estiver sendo alimentada pelos acontecimentos, aproveite para ser pertinaz no planejamento, na busca por mais conhecimentos, tudo o que possa dar suporte, consistência e convicção aos resultados aguardados.
Complemente, naquilo que lhe apraz, e principalmente na fé, no amor, e no bom humor, os alicerces de sua esperança, enquanto por aqui caminhar.