quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Cérebro no pé?

 


Cérebro no pé?

Que espécie de cérebro você já reconheceu em seu local de trabalho, em sua casa, em seu convívio social? Dentre as prováveis combinações, talvez, a que mais tenha me incomodado foi aquela em que prepondera o “cérebro no pé”.

Ao primeiro traço de apuro, sai correndo, em disparada carreira, foge de toda responsabilidade, deixa sempre os erros para outros, ao perceber o perigo. Além disso, olha para o “próprio umbigo”, avalia rapidamente a ocorrência, conclui que o melhor é disfarçar-se de “The Flash”, percorrer a maior distância no menor tempo plausível e sumir!

É da lógica, “eu sou tão bom que é impraticável me atingir”, mesmo porque, quando alcançado, está “lambuzado de tanto azeite” que as mãos não o seguram; é escorregadio, escapa e volta a correr. É um atleta, do tipo recordista, maratonista de fôlego, que deixa sem ar quem se atreve correr ao seu encalço.

Entretanto, sua andança meteórica deixa lembranças, traumas, arrependimentos. Consegue desestabilizar o clima organizacional, social, pessoal e manipula todos. Esse é o perfil que predomina, via intrigas, menosprezo, violação constante da ética e da confiança.

A plateia, estupefata, assiste a tudo incapaz de intervir. Chocados, recolhem-se aos seus ninhos e preferem cuidar dos próprios ovos, achando que assim se distanciam. Ledo engano. O “cérebro no pé” é ligeiro o suficiente para roubar-lhes “os ovos” e transformá-los em belos “omeletes”.

Demora, às vezes, mas ele acaba por cair em sua própria arapuca; porque, como o próprio nome aponta, “cérebro no pé”, deixa pistas nas corridas. Considera suas falhas invisíveis, pois menospreza a existência de cérebros distintos, alojados na extremidade oposta, aqueles que interpretam, corretamente, seu percurso e identificam quão negativa é a sua passagem.

A falta de solidez e integridade são percebidas; a essência que traduz é fugaz. Ainda que perplexas, as reações são ligeiras ao se descobrir que “o cérebro no pé” é, na verdade, um “cérebro glúteo”, serve para “nádegas”, ou apenas para um belo “pontapé” que o coloque, de fato, para correr em definitivo!

Texto do livro "Pensar para sair do lugar - As vertentes da vida"




quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Ação que predomina

 


Ação que predomina

A determinação nutre descobertas maravilhosas!

Temos essa força interior muitíssimo eficaz. Ela arranca de nós a suavidade do conforto quando acionada, ao se abandonar a passividade, enfrentar os medos limitantes, a tentação de permanecer mais um no meio da multidão.

Detona resistências; lança-nos para as batalhas, com munição apropriada. Sua armadura invisível passa para dentro do corpo, protege o coração e a alma de qualquer ataque, de qualquer armadilha.

Nada fere, nada sangra, nada afugenta o interesse pela conquista.

Diferente das lideranças que se dizem ocupadas demais, que detestam as perturbações, aquelas que lhes tiram o sossego, os líderes determinados assumem os riscos de suas trajetórias.

 Enquanto alguns se comportam como em trânsitos congestionados, onde pouco resta a fazer, a não ser aguardar, ao primeiro indicativo de que perderam a armadura. Alguns líderes entregam-se aos inimigos comuns, coniventes com o estado de contemplação, espectadores acomodados. Outros descobrem alternativas, se revelam no inconformismo.

Parece que estão predestinados a romper as barreiras do som, da luz, das dificuldades. Compromisso, só o de avançar; avançam acompanhados, arrastam seguidores, num exercício crescente de integração, empatia e dedicação.

Incrível os resultados que apresentam; imensuráveis, os benefícios às empresas: atraem soluções onde antes havia um pântano repleto de “jacarés” que só confiavam em seus dentes afiados, para manter a ordem e o medo.

Se você é empresário, desejo-lhe contar com essas lideranças em seus quadros. Abdique das adulações, dos egos inflados, dos “mágicos” que se utilizam de todos os truques possíveis para disfarçar a incapacidade de liderar.

Cerre o olhar para o fútil e mire os efeitos concretos, onde o fator de destaque chama-se competência, onde não há perguntas sem respostas, problemas sem soluções, ocupações sem sentidos e condutas sem objetividades.

Opte pelos que têm esse grande trunfo para vencer os obstáculos, gerar novidades e pulverizar, na instituição, o agradável perfume da ética e dos bons exemplos. Você também estará bem.

Texto do livro "Pensar para sair do lugar - As vertentes da Vida"

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A humanização da liderança

 


A humanização da liderança

Sinceridade é falar o que quer ou quando quer? Cautela, sinceridade é ser autêntico, sem agressividade; ser objetivo, com educação; ser direto e sereno. Fora isso, é insensibilidade e grosseria.

Triste não é a solidão; triste é o isolamento. A solidão é uma opção, o isolamento, uma imposição. A solidão depende de você para ser quebrada; o isolamento é fruto da soberba e da falta de compaixão.

Lamentável não é permitir falar, mas deixar de ouvir enquanto o outro fala. Nessa conta, de faz de conta, quem paga é a ausência de ressonâncias. Uma voz calada pode representar desesperança, pode alargar a dor, aprofundar angústia, destruir a fé.

Surreal é a apatia diante das mudanças. É um equívoco acreditar em obra do destino. O destino constrói coisa alguma se o interesse de participação inexiste. A condição exige preparo, cautela, conhecimento. Só acolhendo novos cenários, recebemos o selo de certificação para ser humano.

Desperdício é a frieza diante do sofrimento. Quem sofre quer acolhimento, compartilhamento, colo. Explorar a dor ou ignorá-la é moeda de mesma face, de igual efeito, trágica de igual forma.

 Liderar é distante de estar acima. É participar da caminhada.  Quem participa conhece os participantes com profundidade, sem isolamentos. Ouve com todos os sentidos, treina o grupo para assimilar novas tendências, recusa a esquivar-se diante do sofrimento, respeita cada um e obtém deles o retorno da gratidão.

Seja mais tolerante diante da fragilidade de seu próximo. Se isso nenhuma adição imediata lhe trouxer, ainda assim, terá contribuído para aproximar a paz de seu cotidiano.

Aprenda a conviver, aceitar e trabalhar com pessoas! Seja a liderança necessária para o século XXI: competente, o suficiente, para promover qualidade de vida aos seus liderados.

Texto do livro "Pensar para sair do lugar - As vertentes da vida"

Livros para encantar e instruir as crianças! Coleção Vol.3.



domingo, 4 de fevereiro de 2024

E a tampa?

 


Quebrou a casca de dois ovos, partiu ao meio e jogou o conteúdo na frigideira. Ovos fritos, que delícia!  Escutou aquele barulhinho característico do encontro entre o frio e a superfície quente.

Sentiu uma pequena bolha que se formou e estourou. A gotícula fez uma parábola no ar e caiu no braço próximo da panela. Ouviu um “ai” e, logo em seguida, outros e sucessivos estouros.

A primeira reação foi sair de perto para evitar mais ardumes. Depois, em heroica ação, na intenção de interromper aquela chuva de respingos, não conseguiu ser tão rápido que evitasse os “ais”.

Segurou o cabo da panela, abriu a torneira da pia e encheu a panela de água. Promoveu um barulho característico entre frio e quente. Surgiu fumaça e o cheiro tomou conta da casa toda.

Resolvido! Será? E o ovo frito? “Cadê” ele? Virou ensopado. Restou jogá-lo no lixo. E o odor desagradável, no ar, que, mesmo abrindo todas as janelas, teimava em ficar? E a fome? Como administrá-la?

Bastava a tampa da panela para tudo ser evitado.

Além da proteção contra os respingos, àquela hora, os ovos fritos estariam repousando em estômago satisfeito, teriam oferecido, ao olfato, o cheirinho estimulador e, ao paladar, o gosto apetitosamente saboroso.

Quantas vezes nos esquecemos desse acessório importante para impedir queimaduras e privações?

Jogamos as palavras inconvenientes, sem nenhum cuidado; lançamos um novo trabalho, sem qualquer delicadeza; discutimos pelo prazer de discutir, ofendemos sem querer ofender e deixamos as “bolhas” se formarem, os “respingos” desestabilizarem o equilíbrio existente. 

Se a pretensão é por um retorno satisfatório, esteja atento ao uso dos elementos de segurança: coloque a tampa do “pensar antes de falar”, utilize a “tampa da empatia”, discuta com “a tampa sem ofensas” e use a “tampa abafo” quando a tensão quiser sair do controle.

Os “respingos” ficarão nela, você poderá apreciar o “prato principal”, dividi-lo com seus colegas, parentes e amigos. Ninguém sairá “machucado”! Todos poderão “degustar os benefícios que ovos proporcionam ao nosso organismo”.

Não se esqueça da tampa!