domingo, 27 de dezembro de 2020

Decisão

 

O que nos leva a seguir em frente chama-se determinação. Uma ação determi­nada elimina a periferia que contorna o poder de uma decisão, dela tentando nos afastar. É preciso sempre avaliar, mas avaliar para decidir. Ficar em cima do muro é para partidos políticos, não para executivos. Executivos avaliam, todavia decidem!

Iniciamos o processo de tomar decisões em tenra idade. A vida é uma prova de múltiplas escolhas. Sempre tem aquela que parece resposta correta e não é, aquela pegadinha, montada em cima de um alçapão que sempre atrai, confunde e aquela absurda, que nada tem a ver com a matéria, entretanto, o despreparo faz com que seja assinalada. Também existem respostas corretas, diversas alternativas, e precisamos marcar apenas uma delas, como se o examinador estivesse nos provocando, inserindo a opção da dúvida.

Decisão! Um peso muito grande para muitos e, para outros, uma simples rotina, alguns se descabelam, outros, incólumes, agem com naturalidade, uns perdem a vida e outros nem perdem o sono. É assim, em cada fase da vida, uma bifurcação aguar­dando pela decisão. Vai ser festejada ou lastimada, mas o passo será dado, sob pena de retrocesso, de mesmice ou até de morte.

Ingrediente presente nas decisões: preparo! Sem ele, riscos, dos mais contunden­tes, dos mais variados, dos mais assustadores. Quem decide sem preparo não é líder, é aventureiro. A empresa que lhe confiou o poder da decisão está em maus lençóis, uma nau suscetível a problemas, passageira de uma aventura que poderá ser bastante desagradável, amarga mesmo.

Cuidado é pouco! Esteja preparado, vá atrás da informação, conheça à exaustão, avalie o ambiente, cenários, participantes. Busque subsídios que atenuem a possibi­lidade desses mesmos riscos, ampliando a de sucesso. Só não peque pela famigerada indecisão ou de meias decisões, após a escolha do caminho.

Aí seria ouvir a sentença condenatória: lamentável! Merecidamente!

Texto do livro "Pensar para sair do lugar"

domingo, 20 de dezembro de 2020

A Luz está próxima!

 


Desde quando a comemoração do Natal necessita de aval sanitário, autorização governamental ou intervenção, de qualquer natureza, para ocorrer?

É hilária a preocupação em determinar o mecanismo de comemoração, o número de participantes, os detalhes do que pode ou não ser realizado.

A dimensão humana, quando afasta-se de sua essência espiritual, passa a cometer o desvario da soberba.

Independente da causa, a morte sempre nos causa preocupação. Luta-se pela vida!

Hemingway citou em uma de suas obras, trecho do poema de John Donne, que diz: “A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

Todos têm a sua importância; os sinos do amor, dos sentimentos afetuosos, dos relacionamentos que encantam, badalam em nossos corações e as perdas são sempre sentidas.

Mas equivoca-se quem confunde a morte com a comemoração da vida, e da vida em abundância, que nos é oferecida em memória Daquele que a venceu.

Não é o número de participantes que importa; é secundária a mesa farta; os enfeites, os presentes. Indispensável, mesmo, somente o espírito natalino, inspirado pela Divina presença do Menino Deus.

É preciso sentir a vida, na extensão humana e espiritual, para compreender o significado da Noite Santa, a dimensão da esperança, da fé, da salvação que representa.

São 2020 anos de exaltação ao Mestre dos Mestres. Como um vírus pode impedir sua celebração ou tolher a manifestação no sentido de diminui-la?

Não pode, não é capaz, impossível; o vírus é físico, o Natal é espírito e os sinos dobram por Ele: o Cristo Luz, o Cristo Vida, o Cristo Esperança, o Cristo Criança, o Cristo Amor.

Nada impede a comemoração, nem você de comemorar!

Feliz Natal! Cuide-se e não deixe de comemorar! Um iluminado 2021 aguarda por sua presença!

domingo, 6 de dezembro de 2020

Corneteiros

 


Custa admitir que um cidadão pode ser bem-sucedido por seus méritos. É menos doído “cornetear” os atributos negativos que, “imaginados”, contribuíram para esse sucesso.

Aí vem a ladainha: no trabalho, é “puxa-saco”, ou serviu a propósitos pouco elogiáveis, ou é parente, amigo, amante, qualquer coisa que o valha para curar a “dor de cotovelo”.

No casamento, é sempre o parceiro que não teve compreensão, sensibilidade, provocou a discussão ou deixou chegar ao fim, como se fosse possível esquivar-se da responsabilidade mútua pelo equilíbrio matrimonial.

Na política, melhor nem tecer comentários, já que discutir virou sinônimo de batalha e racionalizar tornou-se “palavrão”. O comportamento predominante é o de torcedor de futebol, que xinga, odeia o time e a torcida adversária, sem ter a menor ideia das razões desse comportamento.

Esse é o sentimento que fica quando projetamos em outros as impressões que são nossas. Uma olhada de viés; aquele disfarce ao olhar para alguém e que revela sua real intenção.

Imediatamente descoberta, sem graça, a preocupação é dissimular. Parece um “cachorro com o rabo entre as pernas”, após ser tocado de algum lugar onde sua presença incomodava.

E assim caminha a humanidade, até que fenômenos naturais, “choque de retorno”, em contínuo movimento circular, acabam atingindo, em cheio, os que teimam em definir o mundo através de seu raciocínio miúdo.

Quem percorreu essa estrada, sabe que não compensa apontar o dedo para o próximo e sim em sua própria direção. Dedicar-se à construção de um interior fortalecido, gerador dos estímulos necessários para conquistas diferenciadas, estimuladoras dos encantamentos profissionais e pessoais.

O resto é pura perda de tempo.

domingo, 29 de novembro de 2020

É sabedoria

 


Quando em situações extremas, de alguma maneira, a proposta da ação contraria suas crenças, seus valores e princípios, cuidado! A armadilha da aceitação, será causa de apreensão futura.

Você está a um passo de tornar-se prisioneiro do erro, escravo da atitude, compromissado com alguém que lhe trará a ruína da alma, negociada pela pechincha de ser aceito.

Jamais faça nada que possa se arrepender mais tarde. Melhor enfrentar o medo, as consequências da retidão, do que amargar os efeitos do desvio de comportamento.

Não há emprego, não há pagamento, não há relacionamento, que satisfaça uma essência destruída. Pensa nisso, quando a oportunidade estiver contaminada pela maldade.

É como estar confinado em uma ilhota, no meio de um rio, cercado por jacarés. A opção de pular na água deixa de existir, resta aguardar por ajuda, se acostumar com a solidão ou tornar-se mais um jacaré, e juntar-se a eles.

Quando “pintar” a dúvida, questione: Eu condeno alguém agir dessa forma comigo?  Eu acredito que é bom, justo e necessário? É a atitude que confirma a confiança das gerações que me antecederam e daqueles que em mim confiam?

Se a condenação, o acreditar e a confirmação não provocar dúvidas, olha nos olhos do proponente e diga sim, com convicção!

Caso contrário, um sonoro não deverá ecoar por sua história.

Basta a consciência serena, que transforma a ameaça de um tremendo pesadelo, em sonho de crescimento, satisfação íntima, realização pessoal, continuidade do processo evolutivo rumo à conquista da liberdade, da excelência profissional.

O melhor dos acertos!

domingo, 22 de novembro de 2020

Como implantar qualquer coisa

 

Atenção: afirmo que não existe outra forma de implantar, seja lá o que for, esquecendo-se que a informação deve fluir por todos os cantos, para todos os níveis de usuários e interessados! Todos, significa todos! Não há exceções. Qualquer descuido, e pronto, lá se vão horas e horas de planejamento ralo abaixo.

Quando todas as variáveis e possíveis problemas tornam-se resolvidos. Quando todos os estudos apontam que é hora e momento de ocorrer o tão aguardado instante mágico da implantação, o pulo do gato está em disparar as teias de uma enorme rede de contatos, até que ela atinja os últimos e mais distantes participantes.

Cada etapa deverá ser minuciosamente programada em linguagem simples e objetiva, facilmente compreendida e rapidamente absorvida por todos. Como a uma progressão geométrica, o engajamento, o comprometimento devem aflorar naturalmente. O conhecimento será um belo diferencial e a certeza de que se está fazendo parte do processo, aliviará a alma dos aflitos e estimulará a colaboração em níveis muito mais altos.

O jogo é simples, mas deve ser jogado com muito cuidado. E cada etapa vencida tem que ser, efetivamente, acompanhada de avaliações e agradecimentos. Elogios são estímulos e fazem uma diferença inacreditável, principalmente, quando auxiliar na solução de algum entrave, daí é imprescindível. Reconhecer o trabalho da equipe é direcionar uma energia vigorosa, capaz de oferecer um retumbante sucesso, muito maior do que o vangloriar solitário possa oferecer.

Coloque para liderar, o processo de implantação, alguém que conheça todos os meandros e caminhos que deverão ser percorridos. Não precisa ser, necessariamente, alguém que conheça tecnicamente todas as etapas, porém, que tenha duas qualidades básicas: bom articulador e estrategista na comunicação, além, é claro, de ser alguém respeitado por todos na empresa.

Dessa escolha, vai depender o sucesso da caminhada!

                                                                                         Texto do livro "Pensar para sair do lugar"


domingo, 8 de novembro de 2020

Ser forte

 

Caminhava cabisbaixo, acompanhando os passos que revezavam, à vista de seus olhos, direito e esquerdo, num ritmo pouco denso, marcado pela mesma apatia que impingira à sua vida. Acabara de sair de mais uma jornada frustrante de trabalho.

Sabia que o dia seguinte seria a repetição tediosa do hoje, do ontem, do sempre. Desde que fora preterido para um cargo de confiança, como o mundo desabasse, sobreveio-lhe a imersão na mais profunda apatia.

Seu brilho apagara naquele dia, de tal forma, que a simples menção sobre o assunto, lhe causava um profundo sentimento de impotência.

Os dias se arrastavam, vagarosos, desprovidos de emoções. Como chegou a esse ponto, alguém reconhecido como ótimo colaborador? Qual o atalho que se esqueceu de seguir para, rapidamente, escapulir dessa condição lamentável de caramujo arrastando lentamente seu pesado fardo?

Existem duas explicações: a primeira sobre a insensibilidade de lideranças na empresa e, a segunda, sobre a incapacidade pessoal de lidar com revezes. Uma ou outra causam quebra na frágil estrutura emocional, criada apenas para as não decepções.

O pecado das lideranças, não está no fato de preterir o candidato a uma promoção, de jeito nenhum. Guardados os critérios de avaliações corretos e profissionais, nada há de equívoco no fato de promover alguém melhor preparado para a missão.

O mal se instala na ausência de perspicácia na compreensão do clima e expectativas existentes, ou seja, dificuldade de se colocar no lugar do preterido e tentar entender como ele elaborava a questão.

Por outro lado, nada justifica, e até corrobora a escolha recair em outro colaborador, que alguém se deixe levar ao desespero, pelo simples fato de não obter algo que esperava, comportamento próprio do público infantil.

Decepções não são muletas para abdicação da luta. Ao contrário, deveriam constar na lista dos mecanismos de superação, dos incentivadores da resistência.

É preciso absorver o impacto da frustração, no menor tempo possível, e lembrar sempre: sua qualidade independe do cargo que ocupa, sua reputação vai muito além dos limites da empresa onde atua no momento.

Portanto, insira mais afinco em sua determinação, mais vigor em seu cérebro, mais energia em sua alma. É apenas mais um desafio, encare-o de frente e reverta o processo, ainda que isso ocorra em uma outra empresa.

                                                                                          Texto do livro "Pensar para sair do lugar"

domingo, 18 de outubro de 2020

SUPRASSUMO

 


Tem gente que se considera o suprassumo, muito próximo de estar entrando para o seleto grupo das divindades. Consideram-se excelentes em tudo que fazem, como fazem, onde fazem. Narizinhos empinados, sob o olhar complacente e entediado, ob­servam a trajetória dos demais mortais, acompanhando aqueles que foram eleitos para viver na mediocridade, com um certo desconforto. Soberba dez, humildade zero.

Mais impressionante, é a reação de admiração, exaltação, idolatria e até excita­ção, demonstrada pela plebe que desprezam. São os paradoxos, mecanismos cujas reações são exatamente contrárias às expectativas que, teoricamente, provocariam. Talvez a prova de que não somos tão racionais assim. Alguém faz um barulho qualquer, e pelo efeito “manada”, seguimos a multidão, sem conhecer ou sem que­rer saber para onde estamos sendo conduzidos.

Quantos desencontros desastrados a humanidade presenciou em sua história, vítima de decisões dessa natureza. Ao seguir os passos equivocados do personalismo, da ânsia por líderes, viu-se metida em guerras, massacres, misérias, destruição, mas ainda não aprendeu a lição, talvez porque goste da posição de massa de manobra, desprezando a capacidade de reflexão, por comodismo ou ausência de educação.

Vamos retornar ao ponto de partida, os suprassumos. Pessoas que acham ter atingido o topo do conhecimento e se sentem poderosas por isso. Dizem ter al­cançado a excelência. Será?

Excelência, na minha opinião, é uma linha de chegada que sempre se afasta quando dela nos aproximamos, cobrando ainda mais empenho, dedicação e pai­xão pelo que se faz, num movimento contínuo. É preciso ser humilde no enten­dimento que somos eternos aprendizes, necessitados do conhecimento e sempre dependentes das ações que resgatem os sonhos de nossas mentes e os tornem reais.

Como podem ter atingido a excelência, pessoas que desprezam princípios bá­sicos para obtenção da excelência? Não faz sentido, é um processo de aprimora­mento infindável, constante, enraizado no convívio sadio com outras pessoas, que abrange conhecimentos e experiências vivenciadas, que vai muito além de uma conquista individual e passa a ter o caráter coletivo, pelo pressuposto da participa­ção de muitos, para almejar sua possibilidade.

Portanto, suprassumos, sempre é tempo de retomar o bonde da história, descer do pedestal e refazer suas trajetórias na qualidade de cidadãos comprometidos, canalizando o potencial que representam, para a construção de um mundo melhor para todos. Não é só uma decisão acertada, é uma decisão necessária, que inclui aí, a salvação da própria alma.