quarta-feira, 22 de março de 2023

Superando a eternidade

 


Eternidade é um tempo sem futuro! Estranho isso, não é mesmo? Parece que quando apontamos algo como eterno, retiramos dele a possibilidade do futuro.

É algo meio sem noção, mas que faz todo sentido. Pense em alguém determinado a viver sua vida do mesmo jeito, avesso a qualquer mudança, avesso à superação de suas dificuldades, avesso à aceitação da imprecisão da vida. Não existe futuro, amanhã será exatamente igual ao ontem, ao hoje, ao sempre.

Monotonia: a palavra mais próxima da definição desse percurso marcado pela determinação de eternizar um modo de vida, para a incompreensível a todos que convivem com essa realidade e que não tem qualquer perspectiva.

O que leva um profissional a deliberar a condição de inutilidade de sua passagem pela vida como tal pessoa? Sempre na mesma “toada”: chega, senta, faz só o que deve ser feito. Levanta, almoça, retorna, tudo igual até a hora da saída. Como comemorar, como ser feliz, onde buscar motivação para que exista um amanhã?

Não busque a eternidade antes da hora!

Deixe para aquilo que não admite o nosso controle, a expectativa da eternização como condição. Não somos eternos em nada! Para que insistir nessa bobagem?

Melhor optar por certezas: que tudo muda, tudo passa, tudo se renova, tudo se acomoda, tudo se amplia, tudo se transforma. Nada é definitivo, nada é receita pronta, nada pode ser dispensado quando se trata de viver a vida em plenitude.

Então, ame a si mesmo, ame suas amizades, sua família, seus colegas! Faça o bem, faça bem o que tem que ser feito, aprimore o que deve ser condição para superações. Inove, surpreenda-se para poder surpreender os outros. Encare desafios não como luta, mas como condição para dias melhores, mais emocionantes. 

Você só tem esta chance de ser o que é e ter a existência que merece ter. É com você! Dê condições para que, hoje, construa a possibilidade de futuro! Não seja a representação da “eternidade burra”, insensível e, estupidamente, desperdiçada, de alguém em busca do nada.

                                                                      Texto do livro "Pensar para sair do lugar - As vertentes da vida"


quarta-feira, 15 de março de 2023

Sem comparação

 

O desafio é empolgar, estimular o desenvolvimento das habilidades, oferecer respaldo para isso, enaltecer as inovações, incentivar a criatividade e assegurar a liberdade para que se coloquem as ideias, sem constrangimentos ou riscos de reveses.

Isso se chama “deixar fluir a confiança”, sem que se perca o respeito, a autoridade e o controle do fluxo de informações.

É natural dos seres humanos a necessidade do pertencimento, de reconhecimento, de atenção. Nada muda na área corporativa e até se intensifica considerando-se o desenvolvimento da carreira de cada profissional.

A atenção deslocada, distanciada desse posicionamento, com certeza nada agrega, ao contrário, traz ao ambiente o desgaste, a suspeição de que a desestabilização, brevemente, causará tumultos.

E haverá, não porque as pessoas querem respirar ares impuros, mas pelo simples fato de não ser exequível condutas de capatazes em pleno século vinte e um.

Aliás, é uma vergonha que lideranças capengas não tenham compreendido a necessidade de prestar serviço, de servir. Algo tão claro, capaz de medir se há ou não chances de evolução do time que constrói o futuro das companhias.

Se você ainda está convicto de que se pautar por servir, adotar valores e virtudes, não é o mecanismo adequado para uma liderança, está tudo bem sob o aspecto das decisões próprias, mas o tempo será o juiz para escancarar o grande equívoco cometido.

Coloque dois grupos, um deles tendo a liderança alicerçada em valores e outro não. Após um tempo para as abservações necessárias, análises, estudos, métricas para determinar comprometimento e produtividade, compare.

Simplesmente, não terá comparações!

quarta-feira, 1 de março de 2023

E você, seria?

 


Nada é gratuito. Tudo é fruto dos caminhos escolhidos, das decisões tomadas, do empenho, da dedicação, da crença na possibilidade de realização dos projetos pessoais.

Sem descartar eventos fortuitos, raros, mas possíveis, a maioria das conjunções que se revelam produtivas acontecem a partir da concentração de esforços e dela se expandem.

É como pedalar durante determinado tempo ladeira acima, com esforço descomunal para vencer a distância, contando unicamente com o próprio esforço.

Vencida a subida íngreme, vislumbra-se o conforto da descida, o que era tensão passa para distensão, os músculos descansam, a respiração normaliza, a harmonia se estabelece, o que foi esforço toma a forma de relaxamento e encobre as dificuldades daquela subida, apagando-a, provisoriamente, até a próxima.

Esse é o movimento, sobe e desce, em meio às intercorrências que se manifestam, boas ou más, tempo de avaliações, reavaliações, mas nunca de estagnação ou  ausência de turbulências. Quem vive acorda de um jeito e não sabe de que jeito estará ao deitar-se.

Talvez esse seja o real tempero da vida, o que prepara lideranças para liderar com tranquilidade em meio de adversidades extremas, donos de convicções que a disponibilidade da vida introjetou através de experiências, capazes de captar soluções onde a grande maioria só vislumbraria problemas.

Gente com esse nível de preparo, não só é desejada nas companhias, como disputada pela concorrência, E você, seria?



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O passado não volta

 


O passado cobra, o passado justifica, o passado explica, o passado cutuca, mas não volta. Quem teima viver do passado só enxerga o passado como alternativa de vida, embora consciente de que a vida é presente, estupidamente, desperdiça seu tempo, escravo do que foi.

Quem vive do passado tem horror à mudança! Esforça-se, ao máximo, para se convencer que o antigo é mais interessante, mais eficaz, mais inteligente, mais produtivo, mais humano. Ampara sua alternativa no modelo, equivocado, de que tudo era maravilhoso, romântico, especial.

Talvez tenha razão, considerando-se o período vivido, exatamente o habitat dos fatos, das ocorrências, ou seja, anos atrás. Fora isso, é de uma infantilidade esquisita a tentativa de enaltecer o passado e se recusar a aceitar o presente como o tempo, de fato, onde a vida ocorre, as transformações, as adaptações, as inovações acontecem, sem pedido de licença, sem temer a evolução.

Permita que o passado seja apenas positivo na construção de seu presente. Se sua empresa propuser mudanças, não jogue contra, vá a favor, avalie e com sua po­sição auxilie no processo, colocando seus pontos de vista, sem desejar que se perca de vista a proposta principal. Simplesmente, auxilie na melhoria.

Contribua para que o presente seja o melhor dos tempos, onde tudo acontece, onde você se expressa, manifesta, respira e tem condições de promover o bem-estar das pessoas e seu próprio bem estar. Nem mais, nem menos! Fuja das tentativas de ser possuído pelo demônio insensível da nostalgia, que acoberta erros, equívocos, estatísticas improváveis, simulações e, ainda, é especialista em passar verniz sobre a realidade dos fatos.

Entenda que o mundo gira para que as coisas nunca fiquem no mesmo lugar. É um ciclo de renovação contínua, embalado pelo tempo que temos de presente e que, muitas vezes, nos recusamos a recebê-lo como se isso pudesse alterar a histó­ria. Ela não se alterará!

Prepare-se para o novo, é inevitável sua chegada.

Trechos do livro “Pensar para sair do lugar - crescimento pessoal e profissional”.


Palestras, cursos e livros são auxiliares, o que conta é você querer crescer. Conheça os produtos da ALP Treinamentos, Palestras & Livros; o conhecimento liberta. Informações WhatsApp (15) 991339393.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Grande equívoco

 


Começa assim: “Eu não concordo”! A réplica: “Não concorda? Acaso você está questionando minha forma de trabalhar?”.

Termina, assim: “Tá certo, tá certo!”. O certo distante do certo, só vontade de pular no pescoço e dizer “poucas e boas”.

Pessoas incapazes tornam-se mudas ao menor sinal de resistência, parta de onde partir. Mudas e perversas, aguardam o momento para ir à forra. Se o momento deixa de presentear com a chance, fecham-se ainda mais. Revoltadas, escondem-se em meio à frustração.

O que leva o desequilíbrio para o recinto de trabalho passa, necessariamente, pela porta estreita das manifestações reprimidas.

Evidencia-se, em ocasiões corriqueiras, o mal estar camuflado pela incrível capacidade de “engolir sapos”, mesmo que perfaçam tremendo mal, “é melhor não retrucar”.

Quando se estima o tempo perdido, normalmente, já é tarde. O rompimento levou à desunião; a desunião, à indiferença; a indiferença, à letargia; a letargia, ao tédio e o lugar de trabalho torna-se local pesaroso, de extrema infelicidade.

Claro que bons líderes agem sem mesquinhez! Mas se acontecer algo, nesse sentido, recorde-se de que o líder é um colaborador da empresa, como qualquer outro, e que tem, obrigatoriamente, de expandir a teia que une pessoas, processos e ações. Posicione-se, para seu bem e para preservação futura de sua autoestima.

Diante da questão inicial, potencialize a resposta e desarme as defesas, por exemplo, respondendo:  Que razão teria para isso? Deixe a surpresa jogar a seu favor, só lembre de responder, argumentar, insistir que o ouçam. Não guarde interesses que podem ser prenúncios de desastres.

O ambiente organizacional consome mais do seu dia do que qualquer atividade diária. Vale a pena mantê-lo arejado, limpo, leve.

Deixe de alimentar cenários macabros, cultivar pressões desnecessárias. Com apreço, mantenha a dignidade, promova a harmonia, exerça seu direito de ter qualidade de vida no âmbito profissional, custe o que custar.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Treinamento, eis a questão

 


Todos são unânimes: é preciso maximizar resultados, melhorar a produtividade, entusiasmar as pessoas, fortalecer os vínculos com a inovação e alavancar os números da companhia.

O assunto é tratado como algo indiscutível, quase lei. Quem ousa dizer o contrário? Cuidado; há armadilhas! Nem tudo o que se diz, comprovadamente, é eficaz. Existem muitas sugestões, num mercado sedento do imediatismo.

Treinamentos, então, ao gosto do freguês! Se apresenta soluções, aí a discussão é longa e provavelmente pouco conclusiva.

O fato é o seguinte: Alguém na empresa mensura os desfechos das investidas na educação das lideranças ou dos colaboradores? O que surtiu boa colheita, tornou incrível a equipe, privilegiou o rendimento e reverteu aprendizagem em melhores atuações?

Pergunta difícil, não é mesmo? Será que compensou o investimento? O que conta é atinar qual a pretensão, a clara percepção da situação do momento e a consciência de onde se pretende chegar. A isso se denomina:  criar condições para mensurações.

Se ao final de uma tentativa, na gestão dos recursos humanos, nada saiu da estimativa inicial, foi mal. Avalia-se o que falhou, para evitar repetir idêntico erro, e busca-se opção alternativa no mercado.

Certas coisas falham por inexperiência; outras, por equívocos. Algumas falham por enganos ou pela “burrice patológica”, aquela que se faz presente na base do raciocínio, que se revela assustadora quando alguém imagina que a totalidade serve. Não serve!

Idêntico ao alfaiate no preparo de um terno, a decisão tem que ter a caída exata no corpo a que se destina. Querer alcançar resultados surpreendentes, ao contratar “mágicos”, é a mais pura ilusão. “Palhaços”? A corporação não é “picadeiro”! “Comediantes”? Só se for para comemoração do final de ano, quando é preciso desanuviar as tensões para preparar o próximo período.

É necessário cuidado na contratação do profissional que suporta a responsabilidade de harmonizar o clima organizacional, em variados aspectos, ou tudo está fadado ao solene fracasso.

Passar conhecimento, conteúdo que vai além da ação inicial e torna-se fonte de reflexões futuras, não é para qualquer um, muito menos para aventureiros.

Antes de contratar, analisa-se o currículo, promova-se entrevista, aplicam-se testes, pesquisam-se informações no mercado, subsídios indispensáveis à admissão? Resposta sim: a melhor escolha! Não pode ser diferente na descoberta de pessoas certas e essenciais.

Atenção ao detalhe primordial: clareza na necessidade! Busque ou crie mecanismos que permitam saber os efeitos das ações contratadas. De zero a dez, valeu a pena?


sábado, 14 de janeiro de 2023

“Morder água?”

 


“Quer moleza? Morda água!”

Essa expressão veio no exato instante da reclamação já que se esforçara e nada apresentara. Foi o mecanismo encontrado para amenizar a sensação de derrota, para acomodar a frustração do tropeço e para manter afastado o sentimento de autopiedade.

Necessário estar sempre atento para duas desculpas comuns: primeira, relutar em assumir as derrapadas; segunda, superestimar a abrangência da amargura pelos insucessos, contaminando relacionamentos.

No primeiro caso, cria-se uma barreira tremenda para a apreciação, a assimilação e a superação do episódio.

O foco se projeta exteriormente; o interior fica comprometido. Mergulho na ignorância que dissimula as causas reais.

Já no segundo, investir contra as pessoas que lhe apoiam, esparramando sobre elas o inconformismo de ter vivido uma situação negativa, é equivalente a acreditar na perspectiva de disputar uma cabeçada com um bode e sair vencedor.

Sairá machucado! A cabeça estará rachada, independente da dimensão da fúria. A simbiose, sim, essa será abalada e pode até ficar comprometida. Depois, inútil reclamar da exclusão, “azar no amor”: vai dar “bode” mesmo!

Portanto, serenidade é componente da genialidade nas decisões. Ninguém passa pela Terra protegido de revés, a diferença está na maneira escolhida para enfrentá-lo e no modo de tratar as ocorrências.

Reconhecer a imprecisão da vida é um bom começo para compreender que nem o detalhado planejamento é capaz de sobrepor-se às incertezas.

Evidente também que, sem planejamento, o fracasso fará “ronda” permanente, “engolirá” vigores despendido e as lamúrias serão parecidas à derrota.

Mas, de todos as características necessárias, creio que a mais incontestável é que: se fosse fácil, qualquer um faria! Ninguém sofreria, o pesar erradicado; os problemas, as inovações, a evolução, deixariam de existir e seria o fim.

Dessa forma, a dificuldade é proporcional ao empenho realizado para superá-la. Está para nascer quem, de fato, locupletou-se intimamente, sem que houvesse doado esforço, dedicação e afeição na luta para vencer cada um dos obstáculos que obstruíam a passagem da conquista.

Em meio a ascensões e quedas, fortalece-se a compreensão da nossa fragilidade, estimula-se o desejo de transposição e necessidades surgem ao encararmos desencontros. Dispensadas as culpas, temos probabilidades de iniciar jornadas ou concluir as que foram deixadas, momentaneamente, para trás.

Só não pode achar que vai morder água!

Texto do livro "Pensar para sair do lugar - As vertentes da vida"


Já leu?