domingo, 16 de outubro de 2022

Reconhece o líder?

 

Evidente que, sem conhecimento, experiência, treinamento, pesquisa, boa comunicação e aprendizado constante, improvável despontar, no horizonte, alguém para assumir o papel de líder. São alicerces mínimos para tal.

Não pretendo ponderar sobre aquilo que é óbvio. Embora as qualidades de um líder tenham sido discutidas à exaustão, considero a existência de cinco elementos essenciais na caracterização de verdadeira liderança: inteligência aguçada, condução segura, audição atenta, vigor nas crenças, exemplos nos procedimentos.

Imagine a diferença, presente em momentos cruciais na empresa e, por extensão, na vida cotidiana, de poder confiar no que tenha um fino entendimento dos assuntos, capaz de insights desconcertantes, surpreendentes, consistentes nas circunstâncias mais delicadas.

Diante da fina percepção, seja condutor de um processo de transformação seguro, agregue distintas correntes com a naturalidade de quem dirige uma orquestra em que todos sabem o exato compromisso de sua participação.

Durante o processo de ensaio, imagine o maestro que mensure qualquer som que se desajusta do conjunto, que depura, evita sobressaltos, até que o uníssono transmita da audição um prazer indescritível aos ouvidos exigentes.

Que transpire seus embasamentos, destemido dos olhares, sem promover ou incentivar constrangimentos. Que admira, aplaude, respeita a liberdade de cada um ser aquilo que é, que se emociona ao perceber mudanças acontecendo e arrasta, une, gera, encanta, alimenta os objetivos, as metas, os sonhos, através dos próprios exemplos.

Aquele que provoca a harmonia, a estabilidade da equipe, da família, dos amigos. Demonstra inquebrantável persistência de fazer o que é necessário fazer, de agir com intensidade calculada, preciso nas delegações diárias, honrado nos princípios que pratica.

Você não só detecta o líder como está diante dele!

Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”.




sábado, 8 de outubro de 2022

A fobia da admiração

 

Exponha aquilo que você pensa! Sem agressividade, sem rodeios, sem meias palavras. É indispensável para criar relacionamentos verdadeiros que você seja você no ambiente de trabalho. Não pense que com isso você vá conquistar amigos, não é esse o propósito, pode até ser uma das consequências, porém, o verdadeiro signi­ficado dessa atitude, é conquistar respeito.

Os inimigos continuarão ali, confabulando e tentando desestabilizá-lo. É as­sim desde que o mundo é mundo, mas se você não estará livre dos seus ataques, sairá fortalecido, porque o temor maior do inimigo é a fobia da admiração, pela incapacidade de ser respeitado.

A fobia da admiração consiste em enfrentar duas duras constatações: você pode ter tudo, poder, força política, bons aliados, mas a ausência de respeito, prati­camente, anula essas benesses. Além disso, a comichão de não se sentir respeitado, enquanto o outro, além do respeito, provoca admiração, causa uma dor de cotovelo tão grande, que o desassossego fica, ainda, mais intenso.

É um raciocínio lógico: quem trama, quem é capaz de dissimulações, mentiras, fofocas, não atrairá respeito, atrairá interesses. Sua base será tão forte quanto aos interesses envolvidos, e frágil o suficiente, pela própria dependência que gerou. Ao menor vacilo, a casa cai. O suporte de sustentação não suportará o peso estrondoso do respeito, quando de sua manifestação.

Qual a chance do seu inimigo? Desestabilizar o respeito conquistado! Essa será sempre a estratégia, retirar-lhe o maior patrimônio, aquele que lhe dá credibi­lidade e renova suas energias no campo de batalha. Só que as armas continuam as mesmas já citadas e caberá a você consolidar essa conquista, renovando-a sempre com o propósito da sinceridade.

Muitas vezes, o inimigo leva vantagem e isso nunca é agradável! Apesar dis­so, o revés tem um peso diferenciado. Para você desilusão que, rapidamente, será esquecida pelo apoio recebido, pelas manifestações de solidariedade, pelo novo de­safio que, invariavelmente, seguirá ao ocorrido. Para seu inimigo, o fardo já pesado, será acrescido de mais alguns reforçadores, principalmente porque ele também lhe admirava e combatê-lo é lhe tirar um mérito que ele sabe ser seu.

O inimigo número um de seus inimigos é, na realidade, seu maior trunfo.

Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”.

domingo, 2 de outubro de 2022

Como reconhecer bons administradores?

 


Administrar vem do latim e significa ajudar em alguma coisa, servir alguém. Essa é, em síntese, a função do administrador! Auxiliar, mediante seus conhecimentos e ex­periências, àqueles que acreditam em suas competências e lhes dão votos de confiança. O administrador recebe um cheque apenas assinado em suas mãos, e poderá preenchê­-lo com diversos valores, de acordo com seus princípios morais e éticos.

O cheque jamais será descontando, entretanto, poderá representar novas ri­quezas ou doídas perdas; união ou desencontros marcantes, melhorias ou pioras para sempre sentidas, alegrias ou feridas que não cicatrizarão, motivações ou a desolação das traições, o triunfo ou o desarme de todos os sonhos.

Reconhecemos os grandes administradores nos momentos críticos, onde a se­renidade é imperiosa, a exigência por decisões são mais difíceis e cruciais, quando a delicadeza no trato não resvala na fraqueza e o poder de persuasão encontra guarida na eficácia das ações. É assim que se esboçam os traços que irão compor a figura do administrador necessário para as mais distintas formas dos relaciona­mentos humanos, pessoais, sociais ou profissionais.

E quais as características comuns que podemos identificar quando tais traços despontam no horizonte?

Para não perder a mania, elenco, pelo menos, dez delas:

1 - Antes de por o pé na estrada, ele planeja;

2 - Diante de muitas possibilidades, ele prioriza;

3 - Ao enfrentar dificuldades, ele não perde de vista os objetivos que o trouxeram até ali;

4 - Problemas não são barreiras, ele transforma tensões em motivação para a luta;

5 - Crises são vitaminas para que ele vença grandes obstáculos;

6 - A realização pessoal é a chave com a qual ele abre portas e fecha inseguranças;

7 - Acredita que é possível chegar e ele busca ampliar seus horizontes;

8 - Oportunidade pode ser até um golpe de sorte, mas ele sabe que é muito mais consequência do esforço pessoal, da dedicação, da luta do dia a dia;

9 - Persistência diferencia os que reclamam daqueles que realizam e ele caminha nessa convicção;

10 - Entusiasmo realiza projetos, ele transforma atitudes em valores e os valores transformam o mundo.

Espero, sinceramente, que você saiba reconhecer um bom administrador e, ao destacar a folha do seu talão de cheques, esteja entregando-a, conscientemente, para um bom gerador de valores.

 Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”.

SEMPRE BONS PRESENTES!




domingo, 25 de setembro de 2022

Lute por elas

 


Se você conduz sua vida com palavras danosas à autoestima, é bom saber que existem forças enxertadas em cada expressão utilizada. Quando diz, não consigo, ou estou ficando velho para isso, ou isso não é para mim, muito mais do que frases, são sentenças condenatórias, destinadas a erguer bloqueios vigorosos, capazes de tornar realidade o imaginário.

As palavras são condutoras que vibram em nosso cérebro, produzindo sinapses que conduzem ao desejo de superação ou de acomodação. Quanto maior a nega­ção da própria capacidade menor a possibilidade de conquistas, pois já existe um decreto a favor do fracasso antes mesmo de qualquer tentativa.

 É muito simples reverter esse quadro. Basta mudar de atitude, inserir influên­cias positivas, ânimo em cada palavra proferida. Treinar a mente a ser receptiva aos desejos de conquistas, trabalhar para isso, obter concessões internas que alimentem o propósito de capacitação, desenvolvendo mecanismos para isso.

Não é lorota, aliás, trata-se da mais pura atividade de reconhecimento dos próprios méritos, libertação do preconceito contra si, do bullying que lhe afasta dos caminhos do triunfo, deixando-o confuso, pasmo, paspalho diante de qualquer novidade.

Vire o disco, coloque para tocar uma nova faixa, algo que encante, que tenha como finalidade a ampliação de seus potenciais, contidos até então pela incapacidade de sonhar e obter melhorias significativas em sua vida pessoal, social e profissional.

É o grito de libertação necessário para girar a roda das conquistas, é o pedido de atenção, disciplina, movimento no sentido de criar expectativas que fomentem o pulo do gato, o pulo que vence as provas mais duras e o coloca no pódio dos vencedores, ainda que o tempo seja longo.

Quando a batalha estiver difícil, morosa, lembre-se que o tempo é uma in­venção humana de controle, registros que permitem identificar acontecimentos e direcionar atividades mas, de fato, só existe um único tempo, o de sua presença no mundo. Enquanto não esgota, as possibilidades existem. Lute por elas!

                                             Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”

 


sábado, 17 de setembro de 2022

Como conduzir pessoas

 


Um trabalho bem-feito é aquele cuja operacionalidade envolve três quesitos básicos: conhecimento, habilidade e confiança.

Conhecimento é o alicerce para qualquer atividade, seja ela qual for. Sua au­sência constitui um dos maiores focos de desacertos nas empresas, principalmente, quando atinge lideranças.

Líderes sem conhecimento é o mesmo que entregar um rebanho de ovelhas para ser vigiado por um lobo inofensivo. Não deixa de ser lobo, o rosnar, o porte, a natureza, e isso já intimidará o suficiente para que os membros se sintam acuados, sem interesse de inovar, sem liberdade, e o pior, quando sentir qualquer ameaça, conhecendo sua imagem, ele vai apelar para suas origens e uti­lizar uma dose de selvageria (ameaças, correrias, gritarias, mordidas), para conter qualquer tentativa que indique o quanto é inofensivo.

Habilidade é uma conquista do conhecimento e do treino. Resultado das ex­periências acumuladas, adicionada de uma boa pitada de talento e perseverança. Consequência direta do gostar de fazer, caso contrário é capaz de transformar seu proprietário em uma simples e repetitiva máquina de moer carne, cujo único mérito é conseguir mover a manivela ou o botão liga, desliga. Não acrescenta, não desenvolve as aptidões, apenas recebe o material bruto e esmaga-o. Não transfor­ma, não cria, não inova.

Confiança é o sentimento de amor-próprio refletido nas ações de quem tem conhecimento e habilidade necessária para desenvolver suas potencialidades. Nada parecido com arrogância ou prepotência, tudo a ver com humildade. Isso porque a confiança não é herdada, mas conquistada e quem a conquistou sabe muitíssimo bem que é um eterno aprendiz, o que o faz sempre atento às mudanças, sem jamais perder a flexibilidade ou a alma aventureira, ou a perspicácia da curiosidade.

Nesse estágio, o profissional deixa de ser um simples profissional e conquista, naturalmente, o respeito dos demais colegas. Isso lhe conferirá a autoridade da liderança, atributo indispensável para compreender, conviver e conduzir pessoas.

Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”.





domingo, 11 de setembro de 2022

A apresentação

 


Tempo, aquela coisa que encurta quando temos prazo. Horas de preparo. Re­passada dezenas de vezes cada uma das etapas previstas no processo de preparo para que não houvesse falhas. Mas parece praga de parteira, quanto maior a preo­cupação maior a possibilidade de problemas.

Com uma hora de antecedência já estava no salão. Verifica daqui, testa dali, avalia luminosidade, melhor posicionamento, esquenta a garganta. Tudo pronto e testado. A greve no setor de transporte quando muito iria ter como consequência alguns retardatários, mas nada grave.

Repasse de todos os assuntos que deveriam ser tratados. Vamos testar o som! O som pessoal! Microfone nas mãos e o clássico “testando, testando, som, som”. Cadê o som? Pouco mais de trinta minutos para o horário determinado. Pessoas já aguardando, ansiosas tanto quanto o palestrante, imaginando o que veriam pela frente, novidade ou o mesmo blá blá blá de sempre.

O microfone mudo. Quem resolve o problema? Cadê o pessoal da manutenção? Simplesmente não havia o pessoal da manutenção. Não restava outra alternativa senão eliminar o alto-falante e utilizar de plenos pulmões para contornar o episódio. Confirmem os “slides”, por favor. O projetor parou de funcionar. Esfriou ou sei lá, não havia recebido o devido pagamento para funcionar normalmente.

Cruzes, cinco minutos! Sem som, sem “Power point”. Qual era mesmo o assunto que iria tratar? Talvez sair correndo, ou simular um princípio de mal-estar e suspender a apresentação, seria uma saída. Mas não tinha jeito, era melhor abrir acesso ao salão, já que, por convicção, tenho aversão a atrasos.

Todos sentados, algumas poltronas vazias, os olhares para o palco. Entro com o microfone nas mãos. Até havia me esquecido de sua inutilidade. Boa noite! Como todos responderam, um fio de esperança despontou. Não acreditei e resolvi testar o dito cujo. E com toda a força do ar, fazendo vibrar a garganta, quase berrando, dei um novo e sonoro boa noite.

Todo mundo levou um susto. O palestrante ficou louco? O som havia retornado, sem maiores explicações. Talvez um fio mal conectado, sei lá. O fato é que voltou e tive que improvisar: “todo mundo agora está atento?”. “Então vamos lá!”.

Peguei o controle remoto do projetor e mirei em sua direção, apertando o botão “Power” na esperança de um segundo milagre.

Nova improvisação: “Vejam como o vício nos faz repetitivos. A apresentação de hoje não tem slides e eu aqui, querendo ligar o projetor”. “Estamos aqui hoje, justamente para isso: não deixar que a repetição nos faça incapazes de inovar”.

Olé! Engatei uma primeira e fui embora. Acho que ninguém percebeu a tensão.

Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”






domingo, 4 de setembro de 2022

O que convém não se chama convencido

 

Realizou um excelente trabalho? Ótimo para você e para quem lhe contratou! Essa é a moeda de troca das relações trabalhistas, mensurada pelo desempenho e, em contrapartida, pela necessidade de distinção, o chamado reconhecimento.

Não se encabule, a atividade profissional exige o equilíbrio dessa relação e isso é, extremamente, saudável, necessário para engendrar as melhores práticas em qualquer companhia que preze por suas políticas, compromissos e objetivos.

É imprescindível mostrar a que veio, fazer com que o brilho próprio possa ser identificado por aqueles que tomam decisões, mas cuidado, o que convém é estabelecer os limites éticos para que as ações se validem, sem o peso desagradável do convencimento.

Sem ilusões! Qualquer colaborador contratado, ressalvando-se a classe dos inúteis por natureza, tem como meta o aprimoramento, a evolução, o progresso profissional, galgando outros patamares, procurando distanciar-se cada vez mais das atividades inicialmente solicitadas e que exigiam menor grau de qualificação.

Todos querem e merecem brilhar, mas o significado disso é ter um brilho próprio, visível, mesmo à longa distância. Um brilho gerado pela competência, comprometimento, colaboração, parceria, respeito e um constante reciclar conhe­cimentos. Nada semelhante a querer brilhar consumindo a luz do outro, ou explo­rando a energia alheia, ou sufocando a possibilidade de brilhar.

Seja como o sol, suficiente em si mesmo, evite a “síndrome da lua”, aquela dependência da luz de terceiros. O universo corporativo permite a convivência de milhares de estrelas. A intensidade luminosa irá determinar o lugar que cada uma deverá ocupar, sem atropelos, sem colisões, naturalmente.

É evidente, também se faz mister, a contrapartida de outras estrelas, as lideran­ças corporativas, sem as quais, o equilíbrio dessa constelação pode ter o destino das estrelas cadentes, o desaparecimento, antes mesmo de tocar o solo.

Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”