domingo, 28 de março de 2021

A brisa

 


Muitas pessoas querem reter a brisa, como se fosse possível abraçá-la e continuar a sentir seu frescor. Ela, simplesmente, segue o caminho traçado pela natureza, afagando outros corações.

Assim deveria ser também com seus sonhos. Quando se sonha, há um mecanismo de ressonância que atinge as pessoas que amamos e, rapidamente, elas reconhecem que estamos felizes.

Quando tentamos retê-los, ficamos amargos, somos incapazes de alcançá-los, passamos mensagens de tristeza e insatisfação, fazemos de nossas vidas um pesadelo sem sentido que também atingirá a todos.

Liberte seus sonhos, persiga seus sonhos, compartilhe seus sonhos. Ainda que não se realizem, serão as únicas certezas de uma existência feliz.

domingo, 21 de março de 2021

Reflexões ALP

 


“Haja o que houver, não perca sua dignidade. A ausência de valores só respeita uma lei, a lei da decadência.”

“Angústia, quando não resolvida, evolui para a insegurança e promove o estresse. Pense nisso ao tratar com seus colaboradores.”

“Para recuperar o tempo perdido desista dos acontecimentos negativos do passado, aceite a proposta positiva do presente e encare, sem medo, o desafio de escrever uma bela história para seu futuro.”

“Investir sem paciência é como querer colher antes de ver germinada a semente. Só trará dor de cabeça e arrependimento.”

“Quem quiser vencer na vida, não pode ficar de expectador, tem que arregaçar as mangas, mostrar os dentes para os problemas, coragem para os desafios e caráter para evitar ser tragado pelas conveniências!”

“Já reparou como recebemos e-mails em nome de Deus, pedindo para passar a mensagem para frente? O que será que Deus pensa desses que assinam Seus pensamentos?”

“Um jeito preciso de cometer uma imprecisão: não dar retorno de solicitações dos clientes internos ou externos. Irritante para quem espera.”

“Precisamos melhorar sempre. Não para provar aos outros o quanto somos bons; isso é vaidade. Honrar os talentos recebidos pelo Criador, isso sim, é gratidão!”

“O tempo passa rápido e com tanta informação mais rápido ainda. Observe que, apesar disso, os idosos estão cada vez mais joviais. Será que a rapidez está nos deixando com menos tempo para envelhecer?”

“Não permita que o cérebro seja atingido pela descrença e amargura dos outros. Tenha fé nos seus projetos e toque para fora os urubus de plantão.”

domingo, 14 de março de 2021

O que é importante, mesmo?

 


Entre a cruz e a espada, entre o desejo e a razão, entre a realização e a ética, entre o poder e a decência, como encontrar o limite das ações nessa tênue linha divisória?

Muitos dirão: os fins justificam os meios, o poder é inebriante, mais vale um pássaro na mão do que dois voando, tempo é dinheiro e ele traz felicidade, os ini­migos espreitam, não dê chances para suas investidas, destrua-os antes, “status” e riqueza são como mel para a sociedade, doces e saborosos...

Há razões para o embalo, a canção é suave para os ouvidos, toca a alma: poder, riqueza, reconhecimento, distinção, amigos importantes, apoio dos superiores, es­tabilidade, certezas!

Tem em um problema, porém! Num fugaz instante, a possibilidade de inver­são na posição das duas primeiras letras e a alma, repentinamente, torna-se lama, pegajosa, densa, escorregadia, suja, instável, um sufoco que leva do delírio eufórico a constatação de inutilidade, num passe da realidade!

Qual é, definitivamente, o legado, como pessoa e profissional, que se pretende deixar registrado nesta curta passagem pela vida?

Pense nisto, algo que escutei neste início de semana: esvazie-se do velho, car­comido, ineficaz, egoísta. Persiga novos ideais, acalente novos sonhos, evolua como ser humano, livre, comprometido com a verdadeira realização, onde o sucesso é ser feliz e a maior conquista é amar e ser amado.

Poder, dinheiro, fama, estarão presentes nessa trajetória, como coadjuvantes, re­sultados de atitudes justas, honestas, coerentes e de valores que dignificam a própria vida e a vida de muitos outros! Esse é o novo caminho, quem pretende segui-lo?


                                    Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"

domingo, 7 de março de 2021

Robotizar

 


Viver é correr riscos! Quem nunca foi pego pela surpresa da fragilidade? Nós somos frágeis! Nossa estrutura orgânica não resiste a uma ínfima bactéria, a um in­significante vírus. Queda-nos uma gripe, uma dor de cabeça, um alimento vencido.

Fora o grande exército de seres invisíveis, aí inclusos as ocorrência internas que explodem em úlceras, células que se desviam de seu padrão e multiplicam-se em velocidades espantosas gerando massas amorfas com alto poder de destruição, temos que suportar outros ataques, oriundos de diferentes fontes, dentre elas, de outros seres humanos, capazes de ações violentas, mutiladoras, aniquiladoras de sonhos.

A ciência e a medicina estão aí para resolver problemas relativos aos invisíveis, a estrutura social para aqueles que limitam as ações humanas desordenadas. Agora, como fazer para vencer outro mal, o mal do desânimo, da desconfiança, do orgulho ferido, da baixa autoestima, das limitações que impedem voar bem mais longe?

Psicologia, terapias, religiões, amizades... Existem muitos caminhos, que per­correm vias onde a ciência e a boa-fé estão presentes, como também aqueles onde persistem a maldade humana enganando, falseando realidades, gerando todo tipo de desilusões, que só farão aumentar o desespero daqueles que lhes confiaram o último fio de esperança.

O universo humano, belo e terrível, capaz de ações comoventes e outras tantas desoladoras. Afinal, que distância tudo isso está do universo corporativo? Nenhu­ma! Apenas dimensões diferentes da mesma realidade. O homem é único, fora ou dentro desse universo. Capaz de surpreender positiva ou negativamente, gerar novos conceitos ou afundar grandes ideias, vencer terríveis desafios ou padecer ao menor transtorno.

Incrível a tentativa de catalogar a emoção como um estigma a ser isolado do lado de fora do limite fronteiriço das empresas. Como se fosse possível um interruptor, liga e desliga, bloqueando determinadas áreas do cérebro. Erro grosseiro! Uma coisa é buscar o controle da emoção no ambiente de trabalho para evitar conflitos ou in­justiças; a outra, bem diferente, é a presunção de querer colaboradores sempre frios, calculistas, objetivos, imunes às intempéries externas, resistentes aos vírus e bactérias, indiferentes aos outros seres humanos que circulam nas mesmas áreas.

Não tem o menor sentido! É preciso resistir a qualquer tentativa de querer robotizar as atividades humanas no mundo corporativo. Para o bem de todos!

                                                                    Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Virá

 


É preciso lutar! Nada basta em si mesmo, somos elementos de uma grande rede, um emaranhado gigantesco onde o equilíbrio predomina. Um entra e sai sem fim, trocas de posições, oscilações, variáveis, dependências que se alastram e, apesar de ser uma peça única, você não se sustentaria se os fios que a tecem fossem incapazes de suportar seu peso.

A vida nos suporta, apesar das agressões, dos atentados, das manias, dos pecados, ela sempre nos dá a chance de prosseguir. Sua resiliência não perde a natureza elástica, ainda que tentemos, das formas mais absurdas, provocar­-lhe o rompimento. Sua força não é abalada, sua estrutura poderosa continua a tecer a teia que abrigará novos usuários, outras conexões.

Derrotado hoje, vitorioso amanhã; triste hoje, feliz amanhã; fraco hoje, forte amanhã; covarde hoje, corajoso amanhã e vice-versa, ou só vice ou só versa, simplesmente nada disso é relevante, verdadeiramente importante. O que importa mesmo é o comportamento em cada um desses estágios, as atitudes, os valores que são cultivados e os mecanismos adotados. Esses demonstram as estratégias utilizadas, deixam rastros, deixam marcas, dei­xam exemplos.

Exemplos, bons ou ruins, rapidamente são transmitidos para a rede, numa ressonância espetacular como nenhuma outra atividade. Promoverão seguidores, alguns que pensam, outros que não. Alguns que apenas seguem o que lhes pareceu mais adequado e outros que erguerão bandeiras de apoio ou condenação. Como em tudo na vida, cada um pagará seu preço. Os omissos pela ausência, os envolvidos pelos riscos e os promotores pelo comportamento. Ninguém escapa!

Trate então de definir sua luta, empunhar suas armas, buscar suas ra­zões, aquilo que lhe inspira à batalha. Bobagem fugir, cada um tem a sua e, em determinado momento, será cobrado a desempenhar o papel de guer­reiro. Pode fugir, acovardar-se, mas a cobrança não terá piedade e sua alma não terá paz. Melhor marchar, a caminhada minimiza os temores, tran­quiliza, a rede virá com reforços, jamais você lutará sozinho, e, se houver justiça, sua luta não será vã.

Afinal, da derradeira batalha ninguém se isenta, a morte é certa. Ter­ríveis são mortes que ocorrem ainda em vida, liquidando etapas precio­sas, sonhos paralisados, emoções ressequidas, letargia, desespero, fracasso. Dessa sina, Deus nos livre, por essa tentação não sejamos tentados, desse mal permaneçamos afastados.

Amém!

                                                                            Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"

domingo, 21 de fevereiro de 2021

O imponderável no caminho

 


Inimigos existem em todos os lugares. A questão é como tratá-los no ambiente corporativo: com ou sem compaixão? Arrisca um palpite?

Desde a revolução industrial, acirraram-se a inveja, a cobiça, o desejo, enfim, os pecados capitais deram o ar de suas respectivas graças nos ambientes produtivos. Instalaram as lutas pessoais pelo poder, reconhecimento e fama.

Mecanismos de proteção foram criados: avaliações mais sofisticadas de desem­penho, entrevistas, programas de qualidade. A ética passou a ser um conceito de uso constante e se chegou à Governança Corporativa, onde o desejo de harmonia, transparência, visibilidade, a constituição de conselhos, comitês e outras tantas ferramentas positivas, tentaram enquadrar, como 171, aquelas manifestações tão prosaicas.

O sucesso foi apenas relativo. Uma coisa é determinar regras claras para o con­vívio e existência corporativa, a outra, totalmente diferente, é querer baixar por de­creto o fim dos pecados. São reações humanas que, com excelentes lideres, podem ser suavizadas, nunca descartadas. Inútil negar, no convívio diário, os transtornos que causam quando chegam ao extremo dos conflitos, a declaração de guerra ao “oponente”: a partir de agora você é meu inimigo. O conflito está armado.

Perseguições, ciladas, fofocas, comentários maldosos, injúrias, difamações, to­dos os ingredientes danosos da convivência humana se afloram e tomam espaço da razão e do bom senso. O que fazer? Como reagir? Partir para o confronto?

Embora o impulso seja esse mesmo, o de revidar as agressões e partir para o contra-ataque, a situação exige ainda um pouco de cautela e profissionalismo. Pri­meiro, para ser considerado inimigo de alguém, esse alguém foi incomodado, justa ou injustamente, por alguma ação ou perspectiva de ascensão ou por algum futrico mal resolvido. Tente verificar e, se ainda houver tempo de qualquer esclarecimento, o momento é oportuno para isso.

Se o tempo já passou, prepare-se: os aborrecimentos tentarão minar sua re­sistência e seus nervos. O confronto será inevitável. Ascensão ou queda! Agora a dependência será de outras forças, normalmente ocultas e perigosas.

Só não vacile quanto ao seu profissionalismo e conduta moral, mas se empenhe ao máximo para mostrar suas competências e desfazer as intrigas da única forma que as pessoas conseguem visualizar: através do exemplo e comportamento compatíveis.

Ainda que a consequência final do embate lhe seja desfavorável, preserve seus valores, somente eles poderão lhe dar sustento, guarida e obtenção do apoio da­queles que, realmente, fazem ou farão a diferença no futuro.

Portanto um conselho final: opte sempre por ser um guerreiro(a) da luz. Con­tra a luz, os pecados capitais se esvaziam, perdem o espaço, tornam-se inócuos. Tanto no trabalho como na vida!

                                                                                   Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Quase um sonho


Impressiona a indisposição das pessoas para pequenas gentilezas. Qual o custo de um “bom dia”, de um sorriso na expressão, de uma delicadeza no trânsito, de um auxílio a quem necessita? Enquanto corria, avaliava isso e, com exceção daqueles que já se acostumaram com meu costumeiro “bom dia”, pouca gente sequer res­ponde ao cumprimento.

Há uma trava! Talvez acreditando que ninguém dá um “bom dia”, desejando, simplesmente, que seja um belo dia. Deve haver segundas intenções nisso, ou é alguém querendo perturbar o sossego, ou ainda com algum interesse escuso ten­tando se aproximar, dentre as muitas teorias conspiratórias.

Parece uma carga pesada retribuir! Contribuir para uma melhoria nos relacio­namentos humanos, nem pensar. Cada um na sua e segue o trem da indiferença, que só para na estação da autofagia, a estação dos devoradores de si mesmos.

Interessante é a multiplicação dessa coisa malcriada. Nos condomínios pessoas, mesmo convivendo tão próximos, incapa­zes de emitir um som que, ao menos, confirme que pertençam à mesma espécie. Nas ruas, nem se fale, é quase uma aberração trocar duas palavras com alguém. Vivemos invisíveis uns para com os outros.

Quando essa mania bate na porta do mundo corporativo fica, ainda, mais in­tensa sua desfaçatez. Desequilibra, fragiliza, tão intensamente quanto ser vítima de ações discriminatórias. É chato conviver com pessoas desprovidas de respeito, mais chato, é ter que agir de uma forma igual, também ser indiferente, para evitar que autoestima abaixe para níveis alarmantes.

Apesar de ser um mecanismo de defesa, não é a melhor tática a ser utilizada. Primeiro porque não alterará a realidade e, em segundo lugar, perpetua o que está equivocado. Fora isso, sofre quem tem essa sensibilidade; o mal-educado, nem se dá conta de sua cretinice.

Existe uma forma simples de se resolver essa questão; simples na ideia, mas difícil de implementar. Basta criar coragem, suficiente, para chegar até o de­safeto e questionar: “Fulano, está acontecendo algum problema? Fiz algo que lhe desagradou, sem perceber?”. Normalmente, vai causar impacto e a pessoa irá rea­gir negando a existência de qualquer problema. Ela retornará com uma pergunta, depois da negação: “Por quê?”. Responda rapidamente: “Por nada, acho que só foi uma impressão.”.

Pronto! Bata em retirada e observe o comportamento nos próximos dias. De­verá haver uma significativa melhora. Aquela pulga atrás da orelha vai abrir os olhos e o cérebro daquele ser esquisito. Essa é a atitude mais adequada. Caso não dê resultado, ainda assim não abra a mão de seus princípios, afinal, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Insista, não por ele, mas por sua crença naquilo que lhe é saudável.

                                                                               Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"