domingo, 21 de fevereiro de 2021

O imponderável no caminho

 


Inimigos existem em todos os lugares. A questão é como tratá-los no ambiente corporativo: com ou sem compaixão? Arrisca um palpite?

Desde a revolução industrial, acirraram-se a inveja, a cobiça, o desejo, enfim, os pecados capitais deram o ar de suas respectivas graças nos ambientes produtivos. Instalaram as lutas pessoais pelo poder, reconhecimento e fama.

Mecanismos de proteção foram criados: avaliações mais sofisticadas de desem­penho, entrevistas, programas de qualidade. A ética passou a ser um conceito de uso constante e se chegou à Governança Corporativa, onde o desejo de harmonia, transparência, visibilidade, a constituição de conselhos, comitês e outras tantas ferramentas positivas, tentaram enquadrar, como 171, aquelas manifestações tão prosaicas.

O sucesso foi apenas relativo. Uma coisa é determinar regras claras para o con­vívio e existência corporativa, a outra, totalmente diferente, é querer baixar por de­creto o fim dos pecados. São reações humanas que, com excelentes lideres, podem ser suavizadas, nunca descartadas. Inútil negar, no convívio diário, os transtornos que causam quando chegam ao extremo dos conflitos, a declaração de guerra ao “oponente”: a partir de agora você é meu inimigo. O conflito está armado.

Perseguições, ciladas, fofocas, comentários maldosos, injúrias, difamações, to­dos os ingredientes danosos da convivência humana se afloram e tomam espaço da razão e do bom senso. O que fazer? Como reagir? Partir para o confronto?

Embora o impulso seja esse mesmo, o de revidar as agressões e partir para o contra-ataque, a situação exige ainda um pouco de cautela e profissionalismo. Pri­meiro, para ser considerado inimigo de alguém, esse alguém foi incomodado, justa ou injustamente, por alguma ação ou perspectiva de ascensão ou por algum futrico mal resolvido. Tente verificar e, se ainda houver tempo de qualquer esclarecimento, o momento é oportuno para isso.

Se o tempo já passou, prepare-se: os aborrecimentos tentarão minar sua re­sistência e seus nervos. O confronto será inevitável. Ascensão ou queda! Agora a dependência será de outras forças, normalmente ocultas e perigosas.

Só não vacile quanto ao seu profissionalismo e conduta moral, mas se empenhe ao máximo para mostrar suas competências e desfazer as intrigas da única forma que as pessoas conseguem visualizar: através do exemplo e comportamento compatíveis.

Ainda que a consequência final do embate lhe seja desfavorável, preserve seus valores, somente eles poderão lhe dar sustento, guarida e obtenção do apoio da­queles que, realmente, fazem ou farão a diferença no futuro.

Portanto um conselho final: opte sempre por ser um guerreiro(a) da luz. Con­tra a luz, os pecados capitais se esvaziam, perdem o espaço, tornam-se inócuos. Tanto no trabalho como na vida!

                                                                                   Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"

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