Inimigos existem em
todos os lugares. A questão é como tratá-los no ambiente corporativo: com ou
sem compaixão? Arrisca um palpite?
Desde a revolução
industrial, acirraram-se a inveja, a cobiça, o desejo, enfim, os pecados
capitais deram o ar de suas respectivas graças nos ambientes produtivos.
Instalaram as lutas pessoais pelo poder, reconhecimento e fama.
Mecanismos de proteção
foram criados: avaliações mais sofisticadas de desempenho, entrevistas,
programas de qualidade. A ética passou a ser um conceito de uso constante e se
chegou à Governança Corporativa, onde o desejo de harmonia, transparência,
visibilidade, a constituição de conselhos, comitês e outras tantas ferramentas
positivas, tentaram enquadrar, como 171, aquelas manifestações tão prosaicas.
O sucesso foi apenas
relativo. Uma coisa é determinar regras claras para o convívio e existência
corporativa, a outra, totalmente diferente, é querer baixar por decreto o fim
dos pecados. São reações humanas que, com excelentes lideres, podem ser
suavizadas, nunca descartadas. Inútil negar, no convívio diário, os transtornos
que causam quando chegam ao extremo dos conflitos, a declaração de guerra ao
“oponente”: a partir de agora você é meu inimigo. O conflito está armado.
Perseguições, ciladas,
fofocas, comentários maldosos, injúrias, difamações, todos os ingredientes
danosos da convivência humana se afloram e tomam espaço da razão e do bom senso.
O que fazer? Como reagir? Partir para o confronto?
Embora o impulso seja
esse mesmo, o de revidar as agressões e partir para o contra-ataque, a situação
exige ainda um pouco de cautela e profissionalismo. Primeiro, para ser
considerado inimigo de alguém, esse alguém foi incomodado, justa ou
injustamente, por alguma ação ou perspectiva de ascensão ou por algum futrico
mal resolvido. Tente verificar e, se ainda houver tempo de qualquer
esclarecimento, o momento é oportuno para isso.
Se o tempo já passou,
prepare-se: os aborrecimentos tentarão minar sua resistência e seus nervos. O
confronto será inevitável. Ascensão ou queda! Agora a dependência será de
outras forças, normalmente ocultas e perigosas.
Só não vacile quanto ao
seu profissionalismo e conduta moral, mas se empenhe ao máximo para mostrar
suas competências e desfazer as intrigas da única forma que as pessoas
conseguem visualizar: através do exemplo e comportamento compatíveis.
Ainda que a consequência
final do embate lhe seja desfavorável, preserve seus valores, somente eles
poderão lhe dar sustento, guarida e obtenção do apoio daqueles que, realmente,
fazem ou farão a diferença no futuro.
Portanto um conselho
final: opte sempre por ser um guerreiro(a) da luz. Contra a luz, os pecados
capitais se esvaziam, perdem o espaço, tornam-se inócuos. Tanto no trabalho
como na vida!
Trecho do livro "Pensar para sair do lugar"