domingo, 8 de maio de 2022

Para onde vai?

 


Já comentei sobre a importância da tecnologia, os cuidados necessários para dela não se tornar escravo ao se esquecer de exercitar o cérebro real, aquele mesmo, que concebeu avanços tão impressionantes nesse campo da atuação humana.

Preocupa-me a utilização desmedida, a atenção na desimportância, o tempo desprezado em futilidades que nada acrescentam, a não ser permitir o embotamento do raciocínio, que deixa de ser crítico e passa a ser leniente, sem a ousadia da reflexão.

Se me fosse permitido observar, de cada tela de usuário, quem é, o que faz, como utiliza os recursos maravilhosos da tecnologia, o que será que eu encontraria? Qual seria o propósito de cada um em sua utilização? Como o ambiente em que vivem, a educação recebida, os valores cultuados impactaram na rotina daquilo que recebem e transmitem? Missão quase impossível, mas que possibilita considerações genéricas.

Quanto mais entretenimento inútil os olhos capturam, maior o tempo destinado a esse fim e menor aquele destinado à ampliação da própria consciência, quase letargia, que impede o senso crítico e o raciocínio lógico.

A ausência de sinapses inovadoras, enquanto o tempo em “câmera lenta” persiste, causará prejuízos no trabalho e nos relacionamentos sociais, já que menor será o número de pessoas capacitadas para a inovação, consequentemente, menos dispostas a encarar ao convívio com as diferenças, com os conflitos.

A opção de estar em frente a tela autoriza ser aquele que não se é, como também aceita, passivamente, a realidade superficial de um mundo perfeito, onde todos são sorrisos, sucessos, destaques, enfim, a isca necessária para a continuidade do isolamento.

Nesse espaço de ausências, o que dizer sobre caráter e valores? Aí, a coisa pega, as máscaras atuam, o desrespeito é regra. Gente covarde, desprovida de humanidade, destilam veneno, opinam sobre o que não entendem, difamam, humilham, espalham mentiras, com uma vantagem competitiva: não têm rosto, raramente serão desmascaradas.

Não sou crítico da tecnologia, mas de seus maus usuários. Há muito mais coisas boas do que ruim, sei bem disso. Temos ferramentas sensacionais, tão desprezadas nesse espaço obscuro onde reside a “força do mal” e isso causa preocupação.

alerta é para que as pessoas avaliem criticamente o que estão fazendo ou recebendo virtualmente, para que eliminadas as interferências, as ondas benéficas prevaleçam e a luz volte a clarear os cérebros hipnotizados.


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