domingo, 16 de janeiro de 2022

“Bytes”

 


Assolam a humanidade catástrofes de todas as espécies. Enchentes, doenças, tornados, clima insano, guerras, intolerância, exibicionismo, fome, miséria, permeiam, próximas ou distantes.

Para nós, dotados de inteligência e raciocínio, os transtornos causados desestabilizam o equilíbrio emocional, permitindo desilusões, decepções, colapso mental, fadiga emocional, depressão, muito mais velozmente do que se poderia prever quando, anteriormente ao avanço tecnológico, alguns imaginavam o mundo como uma grande aldeia.

A informação, ilusão ou “fake news” chegam muito rapidamente, sem delongas para reflexões, nas pontas dos dedos. Tudo é presenciado em instantes, quando no passado levavam dias para que fossem distribuídos aos jornais e rádios.

A grande aldeia já está instituída, dita regras, impõe estilos de vida, faz o errado parecer certo e o certo se tornar duvidoso. Adoece muita gente, que sofre por perder as referências.

Vive-se o faz de conta das redes sociais, onde sorrisos, sucessos, bem-estar são premissas para uma vida feliz e realizada. São? Ou será que ampliam o sofrimento da grande maioria, instalada no posto de receptores, atropelados pela carga pesada de tantos estímulos sem controle?

Já que é algo inevitável e irreversível, fica a pergunta, como se adaptar ou, pelo menos, não se perder entre tantos “bytes” que absorvem os olhos e encolhem as mentes?

Acredito que o caminho passa, necessariamente, pela adequação do tempo canalizado para a inserção digital. Enquanto a tendência for passar o dia envolvido com a disponibilização de dados, sem foco, sem destaque aos reais interesses, maior serão os transtornos.

Imagino que entremear tais atividades, com a disponibilização para leitura de livros, conversas olho no olho, preocupação em dar atenção aos que estão próximos de nós, seriam mecanismos interessantes para se manter a lucidez e equilíbrio.

Mais importante, ainda, considero a capacidade de reflexão, discernimento, sobre o que recebemos da panaceia digital. Desconfiar de fórmulas certas, que se encaixam para todos; duvidar de sucessos imediatos, desprovidos de esforços; checar com racionalidade assuntos polêmicos, permitem um pouco de paz em meio ao tumulto.

São apenas sugestões. Cada um sabe onde dói seu calo e pode encontrar caminhos para que as atividades digitais, além da importância impressionante que possuem, passem a ser alavancadoras de consciências, saúde e estabilidade emocional, não suas usurpadoras.  

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Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns pelo conteúdo. Trouxe uma luz ao oceano digital das incertezas.A grande dificuldade que sinto em relação aos meus clientes está no vício das ferramentas das redes sociais...