domingo, 12 de setembro de 2021

Limite

O que acontece quando a realidade é expurgada do contato racional?

Loucura? Alienação? Alucinação? Destempero?

Pode ser, mas de todas as consequências, creio que a pior delas seja como tratar sua eventual ausência e o seu reencontro posterior.

Imagino o choque: “epa; não é nada disso...”; “como fui cair nessa esparrela?”; “maldito, me fez acreditar...”; “aquilo era certeza...”; “por quê não chequei antes?”; “a que papel me emprestei...”; “onde estava com a cabeça?”.

Dessa arapuca, só tem um jeito de se livrar: conhecimento e informação.

Já sabemos o mal que faz para a humanidade optar por uma única perspectiva, o assombro derivado da intolerância, da cegueira, da ausência de questionamentos, da amplitude dos horizontes reduzidos ao desejo de ver presente, na “realidade”, aquilo que faz parte da própria essência.

Se coincide ótimo, verdade absoluta; caso contrário, qualquer manifestação passa a ter caráter ofensivo, quase um ato de guerra e só a violência verbal, física, psicológica, servem como elementos de combate aos inimigos imaginários, que ousam divergir daquilo que foi construído por mentes obscuras.

Leia mais, estude mais, critique mais, ouça mais, aguce a atenção, analise os dados, dependa menos do “ouvi falar” e mais dos fatos inquestionáveis.

A liberdade é uma trajetória de superação, vigilância, serenidade, firmeza, disciplina, nunca de atalhos. Os atalhos são canais para o ralo da história e da dignidade humana.




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