segunda-feira, 8 de junho de 2020

Ter ou não ter!


Discuto qualquer opinião, aceito outra linha de pensamento, ainda que represente o oposto do que penso. Se concordo, contesto ou não, é outra história. Sem essa de patrulhamento ou coerção. Sou um admirador da liberdade de pensamento, ideias, inovações. É o que traz mudanças, reflexões e possibilidades de melhorias.
Por essa razão, certas coisas me incomodam, e como!
Quer um exemplo? O que leva tanta gente a nadar contra a correnteza em questões vinculadas aos avanços tecnológicos. Evidente que compreendo a necessidade de proteção, corporativismo, riscos para os negócios, mas tem sentido se posicionar contra o inevitável?
Não é mais fácil despender energia na busca de integração, incorporação ou novas opções de trabalho? As pessoas esquecem que o novo sempre vem, esquecem também que já foram inovadoras um dia e que o mundo tem uma dinâmica incapaz da estagnação, ele simplesmente segue em frente, enquanto a gritaria fica para trás.
Outro ponto de tirar do sério é o raciocínio unilateral, que leva ao radicalismo, promove o emburrecer, retroage ao período das trevas, quando, qualquer tentativa de argumentação, tinha como destino a fogueira. Funciona mais ou menos assim: “eu discuto com você, desde que as minhas ideias prevaleçam”.
Aí vem os “coxinhas”, os “mortadelas”, os “playboyzinhos”, os manos, os riquinhos e outros adjetivos, nem sempre publicáveis, dividindo uma mesma espécie, a humana, em vários grupos, subgrupos, estereótipos diversos, direita e esquerda, posições contrárias, incapazes de conciliação.
Tudo choca e se choca! O jeito é partir para o convencimento na base da porrada, fim de papo.
Talvez a melhor divisão seriam apenas duas: os que têm caráter e os que confundem caráter com poder. Quem tem caráter, esteja onde estiver, na política, no sindicato, na empresa, na igreja, no comércio, na indústria, na casa, no lazer, terá o poder natural mesmo sem exercê-lo, porque desnecessário, já que vivenciam a ética.
Os que confundem caráter com poder, vão exercê-lo mesmo sem tê-lo. Consequências lógicas: roubalheiras, cascudos, propinas, vantagens, tapetes puxados, aliciamentos, lavagens cerebrais, educação em quinto plano, subserviência em primeiro, ética em último.
Os primeiros lutam por todos, os segundos para manter seus privilégios. Quem está certo ou errado? Melhor perguntar para os universitários, esse mérito é mesmo muito complicado e pode dar confusão cutucar a ferida.
          Eu não tenho a menor dúvida de qual lado ficar, mas eu sou eu. E você?

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