Discuto qualquer opinião, aceito outra linha de
pensamento, ainda que represente o oposto do que penso. Se concordo, contesto
ou não, é outra história. Sem essa de patrulhamento ou coerção. Sou um
admirador da liberdade de pensamento, ideias, inovações. É o que traz mudanças,
reflexões e possibilidades de melhorias.
Por essa razão, certas coisas me incomodam, e
como!
Quer um exemplo? O que leva tanta gente a nadar
contra a correnteza em questões vinculadas aos avanços tecnológicos. Evidente
que compreendo a necessidade de proteção, corporativismo, riscos para os
negócios, mas tem sentido se posicionar contra o inevitável?
Não é mais fácil despender energia na busca de
integração, incorporação ou novas opções de trabalho? As pessoas esquecem que o
novo sempre vem, esquecem também que já foram inovadoras um dia e que o mundo
tem uma dinâmica incapaz da estagnação, ele simplesmente segue em frente,
enquanto a gritaria fica para trás.
Outro ponto de tirar do sério é o raciocínio unilateral,
que leva ao radicalismo, promove o emburrecer, retroage ao período das trevas,
quando, qualquer tentativa de argumentação, tinha como destino a fogueira.
Funciona mais ou menos assim: “eu discuto com você, desde que as minhas ideias
prevaleçam”.
Aí vem os “coxinhas”, os “mortadelas”, os
“playboyzinhos”, os manos, os riquinhos e outros adjetivos, nem sempre
publicáveis, dividindo uma mesma espécie, a humana, em vários grupos,
subgrupos, estereótipos diversos, direita e esquerda, posições contrárias,
incapazes de conciliação.
Tudo choca e se choca! O jeito é partir para o convencimento
na base da porrada, fim de papo.
Talvez a melhor divisão seriam apenas duas: os
que têm caráter e os que confundem caráter com poder. Quem tem caráter, esteja
onde estiver, na política, no sindicato, na empresa, na igreja, no comércio, na
indústria, na casa, no lazer, terá o poder natural mesmo sem exercê-lo, porque
desnecessário, já que vivenciam a ética.
Os que confundem caráter com poder, vão
exercê-lo mesmo sem tê-lo. Consequências lógicas: roubalheiras, cascudos,
propinas, vantagens, tapetes puxados, aliciamentos, lavagens cerebrais,
educação em quinto plano, subserviência em primeiro, ética em último.
Os primeiros lutam por todos, os segundos para
manter seus privilégios. Quem está certo ou errado? Melhor perguntar para os
universitários, esse mérito é mesmo muito complicado e pode dar confusão
cutucar a ferida.
Eu não tenho a menor dúvida
de qual lado ficar, mas eu sou eu. E você?
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