domingo, 30 de julho de 2023

Pernas de pau

 


Pernas de pau

Uma vez batia a canela, outra vez, de novo; mas, seguia na tentativa. E foram tantas!

Custou-me um dente quebrado e uma canela que nunca cicatrizou de tão fina que ficou a pele com as batidas constantes, no mesmo local; mas consegui!

Subi os dois degraus altos com as pernas de pau, feitas de maneira artesanal.

Loucura, você diria! Talvez, entretanto o desafio era irresistível. Se faziam, eu também poderia.

As consequências foram contabilizadas depois de cumprir a tarefa. A raiva, depois de cada tombo, de cada ralada, era vitamina na busca pelo objetivo maior.

Um pivô, anos depois, substituiu o dente quebrado; com relação à canela, sinto arrepios, até hoje, ao pensar que qualquer batida pode afetar aquela pele fininha. Não teve como, assim ficou.

Por que alguém se sujeita a esse esforço, sem ganho aparente?

Você já ouviu falar na satisfação das conquistas? É simples; eu me energizo pessoalmente ao atingir um objetivo:  isso basta.

Jamais envolve remuneração, elogios, glórias. Ninguém acompanha, ninguém é testemunha, ninguém irá cumprimentá-lo após o triunfo. É você com você!

Nada mais gratificante do que a sensação de ter vencido o inimigo que o colocava para trás, de ganhar cada etapa entre a tentativa e o êxito.

Desafiar aquilo que despertou um interesse específico e superar o obstáculo que incomodava, é a senha da vida, o que permite abrir a janela da realização.

Toda fraqueza e todo vacilo trazem implicações nem sempre boas. Normalmente, são péssimas companhias para a autoestima, é um retrocesso sob o ponto de vista do estigma negativo que deixa.

Assuma as ameaças, avalie, treine, planeje, principalmente, aja, para que alcance aquilo que pretende ter no rótulo estampado em seu íntimo: os êxitos sobre o que eram aparentes limitações.

Os aplausos ressoarão em sua essência e terão maior validade, maior importância, maior significado; terão um impacto insuperável e permanente.

                                                                       Texto do livro "Pensar para sair do lugar - as vertentes da vida"

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