Quem poderia imaginar que aquele sujeito, de tantos predicados, pudesse
estar com a vida estagnada, sem rumo, sem direção?
Era tão inteligente, capaz, destacava-se nas conversas, nos
estudos, representava o prenúncio de uma carreira brilhante.
Onde aquela luminosidade foi atacada? O que consumiu o seu brilho?
Transtorno psicológico, doença degenerativa, alguma decepção?
Afinal, para onde foram aquelas expectativas todas?
Nada de excepcional, ele simplesmente murchou ao ser tomado pela
intrigante ausência de autovalorização.
Começou por querer viver a vida de outro, não exatamente seguir o
exemplo, mas projetar-se, vivê-la como se sua fosse, ou seja, anulou-se.
Passou a considerar-se desprovido de capacidade, incapaz de
alcançar aquele estapafúrdio objetivo, quedou-se em depressão.
Esqueceu que tudo era possível: mudar de opinião, reavaliar
conceitos, tomar outros rumos ou até continuar na mesma por escolha própria,
jamais viver a vida de terceiro; essa não lhe pertencia.
Gerada a disfunção, logo veio a quebra da resistência, o golpe
final: deixou de reconhecer as suas virtudes quando preterido na disputa por um
cargo superior ao seu. Aí, despencou de vez!
Deixar de ser o que se é já é bastante triste, imagine perder o
respeito por si mesmo.
Não ter o talento reconhecido por terceiros sempre será bem menos
constrangedor do que não reconhecer o próprio talento.
Evite cair nessa armadilha!
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