domingo, 30 de maio de 2021

Respeito?

 

Há diferenças entre respeito e passividade.

Deixar para lá, a fim de evitar o conflito quando a injustiça impera, é ceder ao conforto do não compromisso.

Todas as vezes que negamos uma intervenção necessária, equilibrada, ponderada, em meio a um fato relevante, diminuímos o que possuímos de humanidade e nos tornamos réus confessos da covardia.

É preciso reagir à tentação de se calar, não importa o interlocutor ou os presentes, desde que a reação tenha por base o princípio da racionalidade e do respeito aos ouvidos alheios.

Se há situações em que se calar é uma atitude positiva, há também situações na qual silenciar é promover a perpetuação de algo mau, ruim, deplorável.

Transitar entre uma ou outra, faz parte do potencial de experiências acumuladas e inteligência emocional equilibrada. Não saber distinguir o momento de sua aplicação é, no mínimo, alimentar o caos interior que leva à fadiga, que faz declinar o acesso ao próprio perdão.

Como perdoar-se, se na oportunidade oferecida para o bem, o som se transforma em silêncio?

Cuidado! A prática da ausência só se torna salutar se for a medida imperiosa para evitar o tumulto, ou a senha para acionar a chave do descontrole, que nada acrescenta.

Deixo, para reflexão, uma frase escrita no livro “Pensar para sair do lugar”, que remete ao tema:

“Lutar para que o respeito não se torne covardia diante daquilo que necessita ser mudado ou reinventado, não é uma missão fácil, nem agradável, nem para qualquer um. Virtude apenas dos que se destacam, dos que se tornam referências e têm a ousadia de enfrentar o medo do fracasso porque não suportariam o peso de não ter tentado.”

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