Há diferenças entre respeito e passividade.
Deixar para lá, a fim de evitar o conflito quando a injustiça
impera, é ceder ao conforto do não compromisso.
Todas as vezes que negamos uma intervenção necessária, equilibrada,
ponderada, em meio a um fato relevante, diminuímos o que possuímos de
humanidade e nos tornamos réus confessos da covardia.
É preciso reagir à tentação de se calar, não importa o
interlocutor ou os presentes, desde que a reação tenha por base o princípio da racionalidade
e do respeito aos ouvidos alheios.
Se há situações em que se calar é uma atitude positiva, há também situações
na qual silenciar é promover a perpetuação de algo mau, ruim, deplorável.
Transitar entre uma ou outra, faz parte do potencial de
experiências acumuladas e inteligência emocional equilibrada. Não saber distinguir
o momento de sua aplicação é, no mínimo, alimentar o caos interior que leva à
fadiga, que faz declinar o acesso ao próprio perdão.
Como perdoar-se, se na oportunidade oferecida para o bem, o som se
transforma em silêncio?
Cuidado! A prática da ausência só se torna salutar se for a medida
imperiosa para evitar o tumulto, ou a senha para acionar a chave do descontrole,
que nada acrescenta.
Deixo, para reflexão, uma frase escrita no livro “Pensar para sair do
lugar”, que remete ao tema:
“Lutar para que o respeito não se torne covardia diante daquilo
que necessita ser mudado ou reinventado, não é uma missão fácil, nem agradável,
nem para qualquer um. Virtude apenas dos que se destacam, dos que se tornam
referências e têm a ousadia de enfrentar o medo do fracasso porque não
suportariam o peso de não ter tentado.”
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