domingo, 17 de maio de 2020

Máscaras


Era medo: bandidos, ladrões, assaltantes...
Agora, proteção, segurança!
O mal espreita sem ser espreitado, invisível.
Sem crença, idade, cor ou sexo, igualdade afinal,
Mas diferença emblemática,
Simplesmente mata, sem punição!

E os que trazem alimentos, são mais fortes?
Os que cuidam, menos importantes?
Os desprovidos de riquezas, desconsiderados?
O mal deles desvia, não lhes dá a devida importância?
Recolhidos, cercados, apavorados, um único apelo:
Fique em casa, enquanto o inimigo ataca!

Essa é a sina, malfadada covardia ou salvação?
Duas humanidades, a de direitos, a de deveres.
Em que grupo você se encaixa?
No da submissão às notícias insanas,
Ou da compreensão sobre as dificuldades,
Das razões que causam desesperos, além das suas?

Pensamento distinto, gera revolta, agride o ego!
O poder oculto do egoísmo disfarçado de caridade!
Nunca desejei, como agora, que as máscaras caíssem,
E sorrisos surgissem espontâneos, entre dentes brancos,
Lábios vermelhos, narizes livres, de gente que pensa,
Sem esquecer que outros pensam também!
     ALP
                                                                                      17/05/2020

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