Em tempo de pandemia...
Em meio a reclusão imposta pelo vírus, o objetivo da live era destacar a oportunidade que
surgiu, com o isolamento social, para focar no autoconhecimento.
Como seria interessante promover a inteligência emocional, cuidar
da saúde mental, cultivar a empatia, manter relacionamentos sadios, num momento
atípico, completamente inesperado, através da ampliação do conhecimento de si
mesmo(a)!
Embora a abordagem trouxesse o momento atual como pertinente, ocorreu
uma discordância mental que me deixou, rapidamente, encafifado.
Como poderia a pandemia favorecer a busca pelo autoconhecimento?
Difícil conceber que num ambiente inóspito, obrigatório, confuso, crítico,
houvesse facilidade para privilegiar a introspecção.
Quem se preocupou com o tema antes da paranoia, com certeza,
colheu bons frutos; quem não se preocupou, salvo raríssimas exceções, em meio
ao caos instalado não desenvolveria tal habilidade.
Acredito que a quarentena levou ao reconhecimento do outro, para compreendê-lo,
valorizá-lo ou, ao contrário, à uma realidade desestabilizadora, geradora de mais
afastamento e intolerância.
O vínculo sadio, benéfico, libertador do autoconhecimento, necessário
ao equilíbrio, controle, compreensão, em diversas circunstâncias, mesmo as mais
dramáticas, passa a ser figurante no contexto atual.
Em meio à pandemia, foi dada a chance de conviver com as
diferenças, observar comportamentos desconhecidos, admirar esforços, reconhecer
a importância do outro, inovar em soluções minimizadoras de conflitos.
Se o autoconhecimento já estivesse presente, seria espetacular no
apoio ao enfrentamento dessa experiência tenebrosa. Os relacionamentos dele se
beneficiariam, o período de confinamento teria maior compreensão, as trocas de
experiências, o novo, trariam reações positivas de acolhimento e o confinamento
perderia sua força de prisão.
Quando tudo isso acabar, abrace com energia a necessidade do
autoconhecimento. Após o malfadado período, se a empatia falou mais alto, você
ficou muito perto de livrar-se das barreiras que lhe impediam de acessá-lo.
Só não deixe que a massificação da informação, que insiste em
criar uma nova realidade, depois do susto, infecte seu cérebro. A realidade do
ser humano é a socialização não o afastamento, adaptação às novas realidades, não
a extinção do que nos faz humanos.
O medo do outro está longe de nossa essência e necessitamos do
convívio, das reuniões, dos apertos de mãos, dos abraços, dos carinhos, dos beijos
para ser o que de fato somos.
O resgate dessa realidade representa o resgate de nós mesmos. Vamos
vencer o vírus, mas não podemos permitir que seus efeitos perdurem além da sua
cura!
2 comentários:
Gostei do artigo, Antonio Luiz
Estamos bravamente enfrentando um inimigo invisível, nesse nebuloso tempo de COVID 19. Não devemos fazer feio com as gerações que nos precederam em outras pandemias e com a agravante de terem menos tecnologia e sobreviveram. Vamos fazer a nossa parte, dessa vez em Home Office, atuando numa nova e inesperada forma de trabalho e como podemos utilizar a nossa Resiliência, para enfrentar esse desafio.
Um forte abraço
Obrigado, Elazier! Abraços e sucesso!
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