domingo, 21 de agosto de 2022

O umbigo é uma cicatriz

 

Há uma síndrome, a “síndrome do que os outros vão pensar”. Seu vírus não respeita nem o ambiente corporativo, ao contrário, nesse ambiente desenvolve suas potencialidades e apresenta quadros clínicos de intensa irritabilidade.

O paciente confunde seu “eu” com o “eu do outro”, passa a ter convicção que o “eu do outro” é o comandante supremo de seu cérebro e seu “eu” deve apenas obediência a ele.

Ao cair uma questão em suas mãos, faz a análise das razões pelas quais estão lhe questionando, será que estão duvidando de sua capacidade, o que estão pre­tendendo com isso, qual mensagem subliminar está presente nesse contexto, como meu superior gostaria que eu agisse, o que meus colegas vão imaginar?

Uma única questão transforma-se num turbilhão de dúvidas e a resposta deixa de ser, simplesmente, uma resposta e passa a ser a obsessiva necessidade de agradar alguém, sem querer desagradar ninguém.

Único antídoto para essa síndrome tem um nome gozado, até mesmo sarcás­tico, “olhe para seu próprio umbigo”. O umbigo é a marca indelével da dependên­cia que todos tivemos no início de nossas vidas. A partir de seu rompimento, as dependências foram diminuindo, e cada vez mais, passamos a utilizar de nossos próprios recursos para sobreviver.

“Olhe para seu próprio umbigo”, o cordão umbilical não está mais ali, é só uma cicatriz. A preocupação excessiva com a opinião dos outros, é uma tentativa de projetar novos cordões umbilicais em sua vida. Não há mais razões físicas para isso, basta assumir que o que os outros pensam ou deixam de pensar é um problema exclusivo deles.

A questão que precisa ser elucidada e esclarecida é a seguinte: você é você e ponto!

No momento da decisão, seja você; na dúvida pense por você, ao agradar, agra­de primeiro você. Isso não é egoísmo, é o primeiro passo para conhecer sua impor­tância e, nesse reconhecimento, entender a importância que o outro tem.

Lembre-se. as empresas necessitam de líderes e liderar significa olhar o próprio umbigo e nele observar uma boa cicatriz, de belas lembranças, mas só uma cicatriz.

Trechos do livro “Pensar para sair do lugar – Crescimento pessoal e profissional”.


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