O que aconteceria se todos tivessem o preparo intelectual para
responder sobre qualquer tema, dos mais diversos assuntos?
Provavelmente, nada! As divergências, novas experiências,
aprendizados, não existiriam. Seria o “ó do borogodó”, dada a desnecessidade de
evoluir, pois tudo já estaria definido. Nada restaria para conversar ou ouvir.
Provavelmente atrofiariam-se línguas e ouvidos.
É preciso compreender que para cada um foi reservado determinado
talento. Anos de estudos levaram à formação de bons administradores,
engenheiros, médicos, professores, psicólogos, terapeutas e tantos outros
profissionais.
Além deles, também com estudos, observações, tentativas e erros,
experiências, habilidades, competências indiscutíveis, surgiu outra gama de
excelentes profissionais: marceneiros, costureiras, pedreiros, comerciantes, manicures,
mecânicos, agricultores...
Picaretas sempre existiram, mas a seleção natural deu ou dará
conta deles.
O mundo é uma grande diversidade, ou seria universidade? Cada um
colabora com aquilo que entende em profundidade e domina a matéria, a tal ponto
que, a cada instante, descobertas são apresentadas, inovações são
disponibilizadas.
Somos “experts” em determinados assuntos, nem tanto para outros e,
totalmente despreparados para muitos.
Ninguém se atreveria a ter a assessoria de um profissional
específico, se não confiasse em sua capacidade, em seu preparo, na supremacia
do serviço que oferece.
É preciso ter consciência, inclusive, para evitar cair na
“roubada” de “arrotar” sabedoria e ter como consequência o arrependimento
futuro, motivado pela soberba ao defender pontos de vistas onde você só é um
curioso, e mais nada.
Cuidado ao opinar, ao levantar a voz para defender posições que,
na sua essência, são apenas informações desconexas, ligadas com plataformas
chamadas “interesses próprios”, “reflexos do meu espelho”, “terminais dos íntimos
propósitos”.
Médico é médico, cientista é cientista, mídia é mídia, paciente é
paciente. Nessa pandemia, da desinformação, você tem o direito de confiar ou
duvidar de qualquer lado, criticar ou elogiar.
Pode ter milhões de razões que o façam seguir determinada
corrente; siga-a livremente, até com a convicção dos novos conhecimentos
adquiridos.
Só argumente, discuta com respeito, se informe cada vez mais, mas
não perca de vista sua condição de leigo. Deixe para o tempo e para a história
julgar quem está certo ou errado. Não provoque ainda mais confusão.
O nome disso é sensatez!
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