domingo, 7 de fevereiro de 2021

Sensatez

 


O que aconteceria se todos tivessem o preparo intelectual para responder sobre qualquer tema, dos mais diversos assuntos?

Provavelmente, nada! As divergências, novas experiências, aprendizados, não existiriam. Seria o “ó do borogodó”, dada a desnecessidade de evoluir, pois tudo já estaria definido. Nada restaria para conversar ou ouvir. Provavelmente atrofiariam-se línguas e ouvidos.

É preciso compreender que para cada um foi reservado determinado talento. Anos de estudos levaram à formação de bons administradores, engenheiros, médicos, professores, psicólogos, terapeutas e tantos outros profissionais.

Além deles, também com estudos, observações, tentativas e erros, experiências, habilidades, competências indiscutíveis, surgiu outra gama de excelentes profissionais: marceneiros, costureiras, pedreiros, comerciantes, manicures, mecânicos, agricultores...

Picaretas sempre existiram, mas a seleção natural deu ou dará conta deles.

O mundo é uma grande diversidade, ou seria universidade? Cada um colabora com aquilo que entende em profundidade e domina a matéria, a tal ponto que, a cada instante, descobertas são apresentadas, inovações são disponibilizadas.

Somos “experts” em determinados assuntos, nem tanto para outros e, totalmente despreparados para muitos.

Ninguém se atreveria a ter a assessoria de um profissional específico, se não confiasse em sua capacidade, em seu preparo, na supremacia do serviço que oferece.

É preciso ter consciência, inclusive, para evitar cair na “roubada” de “arrotar” sabedoria e ter como consequência o arrependimento futuro, motivado pela soberba ao defender pontos de vistas onde você só é um curioso, e mais nada.

Cuidado ao opinar, ao levantar a voz para defender posições que, na sua essência, são apenas informações desconexas, ligadas com plataformas chamadas “interesses próprios”, “reflexos do meu espelho”, “terminais dos íntimos propósitos”.

 Limite-se a aprender, a consultar a fonte, a discernir sobre o que, de fato, é possível concluir. Em suas considerações, cite o profissional que estudou determinado assunto e o ofereceu para discussão, não cometa o desatino de assumir o que não lhe pertence, onde sua competência está longe de dominar; aquilo que você não vive no seu dia a dia.

Médico é médico, cientista é cientista, mídia é mídia, paciente é paciente. Nessa pandemia, da desinformação, você tem o direito de confiar ou duvidar de qualquer lado, criticar ou elogiar.

Pode ter milhões de razões que o façam seguir determinada corrente; siga-a livremente, até com a convicção dos novos conhecimentos adquiridos.

Só argumente, discuta com respeito, se informe cada vez mais, mas não perca de vista sua condição de leigo. Deixe para o tempo e para a história julgar quem está certo ou errado. Não provoque ainda mais confusão.

O nome disso é sensatez!

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